quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

O PERIGO ESPREITA NA FORNALHINHA



 Esta noite várias telhas caíram no asfalto, na Rua da Fornalhinha –uma transversal da Rua Eduardo Coelho-, em frente e no prédio da sapataria de João Alves. No prazo de poucos dias foi a segunda vez que tal facto anómalo aconteceu. Ao que parece este comerciante, por motivos de insegurança, neste novo ano já não abriu portas.
Olhando para cima, para a cimalha do edifício, dá para perceber que o seu estado gera preocupações. Vemos umas telhas salientes, aparentemente no lugar. Será assim? Vamos subir ao imóvel que está em frente. Venha comigo. Estamos no mesmo nível. Está a dizer “ai meu Deus, como é isto possível?”. Pois, também eu. Você está a ver que o telhado já ruiu? Olhe ali… olhe ali aquela fila de telhas. Estão assentes em cima da caleira. A qualquer momento vão cair na rua. É preciso imediatamente retirar estas telhas. O que está a oferecer perigo público são apenas estas telhas e nada mais. Retiram-se, entaipa-se o prédio e todos ficamos bem. Isto é, à espera que o proprietário resolva o problema.
Como é óbvio não sou especialista em segurança pública, mas é preciso que a Protecção Civil tome atenção a outras “seguranças de escala menor” que se impõem. Nomeadamente os prejuízos que pode causar a terceiros se interditarem a rua. Isto não pode acontecer! É imperioso salvaguardar a segurança enquanto primado, mas, atenção, muita atenção, há ali pequenos comerciantes com negócios que precisam de viver. É dali que ganham o seu pão. Em metáfora, para se extrair um dente não é preciso levar anestesia geral. Senhores da Protecção Civil tomai muito cuidado com quem precisa de trabalhar. Pela negligência de um não pode pagar meia-dúzia. Bem sei que vão argumentar que os lesados podem pedir ressarcimento, mas quando? E até lá, como é que comem?
Segundo informação de um vizinho que pediu o anonimato, “a Câmara Municipal já há muito tempo que sabe deste problema. O dono de um dos prédios confinantes até já foi falar com o engenheiro (…), mas este disse-lhe que para intervir ali precisa de autorização do IGESPAR, Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico."
É preciso morrer alguém para mandarem retirar as telhas suspensas? Nessa altura, se alguém se ferir, então vem tudo e todos. É o hábito nesta terra gerida por gente inconsciente.

(TEXTO ENVIADO PARA CONHECIMENTO À CÂMARA MUNICIPAL)

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