Segundo vozes e ruídos que se
arrastam pelos becos manhosos e praças de aldrabões desta zona histórica, tudo indica que
depois do anúncio de três candidatos à Câmara Municipal de Coimbra,
respectivamente pelo PSD Barbosa de Melo, pelo CDS-PP Luís Providência, pelo PS
Manuel Machado, está em andamento pelas ruas da calçada um quarto aspirante ao
trono: “Carlitos Popó”.
Embora ainda esteja tudo a ser
cozinhado em banho-maria, posso adiantar que este conhecido e reconhecidíssimo
pretendente irá concorrer em representação dos comerciantes da Baixa. Segundo
uma fonte que pediu o anonimato, “é o candidato perfeito. Tem tudo para ganhar.
É independente; é cristão e bom samaritano, basta atentar no bom trabalho que
faz à entrada da Igreja de Santa Cruz, impedindo os mendigos de ali acamparem; tal
como os outros candidatos, não conhece nada do que se passa na Baixa, apesar de
por aqui andar todos os dias. Sabe do que pensa, mas não sabe o que diz; igualmente
aos outros concorrentes, quer mexer em tudo para tudo ficar na mesma; é o
retrato fiel dos comerciantes da zona, conhece as ruas de cima a baixo, não
sabe quem está em baixo economicamente, mas isso também não interessa nada:
cada um que se desenrasque; é um “self made man” que está pronto a colocar as
mãos na massa (de cimento), se preciso for para ajudar a recuperar o edificado
da zona e sabe fazer tudo.”
Segundo a minha fonte, “neste
momento está a ser elaborado o programa de candidatura. Estamos com alguma
dificuldade em escolher o mandatário… já que há muitos e todos querem ser o
rosto da campanha desta figura carismática. Ainda não se sabe muito bem, mas é provável que o slogan seja: "Com Popó a Baixa não muda e vai continuar um dó!"
Ontem, num tempo que não
interessava nem ao Menino Jesus, estava uma chuva enfadonha. Tentei arrancar
algumas palavras ao “Carlitos Popó”. Foi difícil porque, como é de calcular,
este nosso grande delegado comercial é muito modesto. Apesar da dificuldade,
assim aos tropeções, lá foi dizendo que se sente muito honrado por esta escolha
dos mercadores. Disse ainda que este pleito não lhe vai dar luta. Mesmo a pé,
parte vencedor. “São favas contadas!”, enfatizou assim meio a gaguejar pela
emoção, certamente.
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