Claudicou mais uma grande loja na
Baixa. Passados cerca de dois anos –abriu portas em 21 de Março de 2011- de laboração,
encerrou o “Hiper 99”, na Praça do Comércio, no antigo espaço das desaparecidas
Galerias Coimbra.
Segundo o proprietário, Chen, de ascendência
chinesa e com outros comércios na Figueira da Foz, “não posso continuar, a
despesa é muito grande e o negócio está muito fraco. Na Figueira, onde me
encontro, é melhor e tenho menos custos. Vou arrendar, ou vender, se aparecer
algum interessado.”
É mais um estabelecimento que,
perante a conjuntura económica, se abate. O ambiente comercial nesta zona histórica é
simplesmente de desespero. Os semblantes carregados de preocupação dos
comerciantes mostram isso mesmo. O futuro da Baixa é uma incógnita. No meu
entendimento, a Câmara Municipal de Coimbra mesmo dentro do pouco que possa
fazer deveria chamar a si esta discussão. Neste momento de profundo desânimo,
para além de ter obrigação de desonerar algumas taxas, deveria ter uma palavra
de alento para dar aos profissionais do comércio. Os dias que correm são de
extrema gravidade e a edilidade, repito, mesmo não podendo fazer grande coisa,
não pode lavar as mãos nas lágrimas, da angústia, de quem vê o seu presente não
ter futuro e tanto contribuiu para a riqueza nacional.
Apesar de, no fim do ano terem
encerrado 11 estabelecimentos, consta-se por aqui que, nos próximos dias,
outros comércios se seguirão. Ao que parece há vários casos de incumprimentos
nas rendas. Tudo indica que os próximos tempos serão de escolha alargada para
quem vende e muitos deles desaparecerão. Como já escrevi várias vezes, nestes
anos mais chegados, dificilmente haverá um mercado estável onde as lojas perdurem
durante décadas como antigamente e um encerramento constituía uma excepção.
Hoje, no ambiente que se vê, os fechos passaram a ser a regra e os que
continuam o privilégio. Pode até parecer que estou a ser drástico na apreciação e
dramático na conclusão, mas, infelizmente, esta é a realidade nesta zona velha
de Coimbra.
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