A história começou na Finlândia, contava eu aqui, em 16 de Julho, através de frases rebuscadas que retirei da boca de um operador comercial do Largo das Olarias, amigo e conhecedor de todo este processo Kafkiano.
Trata-se de uma pizzaria que está pronta e aprovada há vários meses naquele largo da Loja do Cidadão mas continua sem abrir, e provavelmente, devido a burocracias e a más-vontades, tal não irá acontecer.
Esta loja foi comprada lá longe onde o sol quase beija a noite por dois russos que queriam investir em Portugal na Indústria hoteleira. Segundo me conta o seu amigo que pediu o anonimato, “lá na Finlândia, disseram-lhe que aqui em Portugal para investir, desde que fosse para criar emprego, era fácil. Até tinha sido criado recentemente um “Simplex”. E eles vieram convencidos de que assim seria. Só que tiveram azar: Com a sua total ignorância e com esta Câmara de Coimbra que é insensível aos erros e a quem quer investir na cidade para a desenvolver economicamente”, desabafa comigo este meu informador. Noto que ele, através das veias salientes do pescoço, está a sentir com dor tudo o que me está dizer.
“A pizzaria estava praticamente licenciada e aprovada há vários meses, porém, devido à sua ignorância, nos fins de Junho, montaram uma esplanada em frente ao estabelecimento sem autorização camarário. Não se sabe como, nem em que lei se fundamentou a autarquia, mas a verdade é que sendo dois processos autónomos –abertura do restaurante e esplanada-, perante as estruturas fora do estabelecimento, no largo, embargaram tudo. Ou seja, a abertura da pizzaria e a esplanada. Através do seu advogado de Coimbra, entretanto constituído, foram imediatamente à câmara e apresentaram documentos que atestava a sua mais profunda ignorância sobre as leis do nosso país. Comprometeram-se a imediatamente retirarem a estrutura ilegal. O tempo foi passando. Há mais de um mês retiraram os ferros da esplanada e pensaram que depressa poderiam abrir a pizzaria. Mas qual quê? Já foram tantas vezes à Câmara que já têm as solas rotas. Segundo dizem os meus amigos russos, parece que sempre que lá vão ainda gozam com eles. Eles sentem-se mesmo gozados”, enfatiza a minha fonte.
Continua a minha testemunha, “entre o mês passado e este de Setembro, já vieram aqui ao restaurante várias vistorias. Porém, pasme-se, falta sempre uma pessoa. Ora é um engenheiro, ora é um técnico. A Câmara anda a brincar com estas pessoas. Os russos já nem querem ouvir falar neste processo. Ainda há dias me disseram que é mais que certo de que não irão abrir. Depois de terem comprado esta loja, compraram noutras cidades do país e, lá, já abriram há vários meses. Eles diziam-me aqui há dias que Coimbra é para esquecer, mas que não levam pena. Afinal, pizzas vendem-se em qualquer lado. Mas é pena, não é? Este largo, e nós que estamos cá, precisa destas pessoas. Esta loja, vazia, provavelmente, custou próximo de um milhão de euros. Mas, diga-me, o que quer a Câmara de Coimbra? Quererá empurrar os investidores para outras cidades?”, interroga-me a minha fonte em pergunta de retórica.
5 comentários:
Apesar de não andar a comentar muito, nunca deixei de lêr o seu blog...
Esta loja leva-me a outro assunto que gostaria que comentasse. O famoso El Corte Inglés que irá abrir ali para os lados da Solum...
Deixo uma questão: Se tivesse havido algum bom senso não ficaria melhor aqui na Baixa?
Pedro
Boa noite Srº Pedro, concordo inteiramente consigo, cada vez se tomam mais medidas nesta cidade que tornam o buraco maior que a Baixa nestes ultimos 25 anos se transformou.
Na baixa?! Ou já agora em Coimbra?! Seria mais um grande centro comercial para dar cabo do pequeno comercio que ainda resta. Óbvio que traria gente mas a que custo? Poderia até promover a reabilitação urbana que nunca mais chega, mas, volto a perguntar, a que custo? Raquel
Olá Raquel!
Sim, na Baixa... Como em todas as grandes cidades da Europa em que os grandes Centros Comerciais estão lado a lado com o pequeno comércio, tal como as remoras nadam junto do tubarão... Não existe melhor receita. Seria, sem qualquer dúvida, a salvação da Baixa. Teria ainda outra grande vantagem que seria convencer algumas lojas com o mesmo aspecto e os mesmos artigos há 20 anos a modernizarem-se e a inovarem...sem necessidade de grande investimento. Gostaria de ouvir outras opiniões sobre o assunto!
PEDRO
Voltei a reler o artigo e as opiniões sobre o mesmo, concordo com os mais diversos pontos de vista.O meio termo seria o ideal, ou seja um centro comercial ou varios de meia dimensão, mas com estilo rustico, onde teria que existir um espaço amplo no interior para se realizarm espetaculos e espaço verde na zona envolvente.
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