(IMAGEM DE LEONARDO BRAGA PINHEIRO)
Este texto, com a devida vénia, foi transcrito do Facebook. Pela sua crueza, pela sua frontalidade, creio, deve ser lido por todos quantos aqui passarem. Perante este relato de uma mãe solteira, devemos interrogar: que merda de sistema é este? O que se pretende? Para onde caminhamos?
“O Medo é um sentimento que nos prende em algo
e nos faz sofrer, um sentimento que podemos combater enfrentando-o. O medo é um
sentimento que muitas vezes senti, quando era pequena. Um medo que nunca deixei
de sentir, talvez porque nunca tive ninguém que me ajudasse a enfrentá-lo, mas
sim que desse motivos para continuar a tê-lo.
Ao realizar este trabalho pensei
muito nos meus medos e perguntei-me: Afinal, do que realmente tenho medo? Tenho
medo de aranhas, tenho medo de cobras, tenho medo de errar, mas o que realmente
me mete medo… é VIVER!
Eu nunca gostei muito de viver. Não
gosto de viver neste planeta, onde está tudo ao contrário. Onde reina a
maldade, a inveja e a guerra; onde o amor, os sentimentos dos outros foram
esquecidos; onde os bens materiais estão acima de tudo, onde as pessoas não se
contentam com aquilo que têm e querem mais e mais e não conseguem ter
consciência de que há pessoas que não têm nada, que existem pessoas a passar
fome…. Caramba!, o mundo é de toda a gente, como podem existir pessoas que não
têm nada??? Afinal quem é que manda no mundo que Deus ofereceu para TODOS
vivermos? As pessoas são más, vivem para conseguir mais e de um momento para o
outro morrem sem aproveitar a vida. E o que é mais irónico é que não gozaram
aquilo que conseguiram obter, nem vão levar nada para onde vão… Isto não faz
sentido…
Somos todos escravos deste
planeta. Somos escravos do Governo, que precisa do nosso trabalho para o país
evoluir, e evoluir cada vez mais, mas para quê? É por isto que tenho medo,
tenho medo porque sei que sou obrigada a entrar neste sistema, tenho medo
porque não sei se vou aguentar viver assim.
O maior erro que cometi na minha
vida foi ter um filho; foi gerar mais um ser vivo para ser influenciado por
este sistema de merda, para sofrer e ser infeliz… É um erro colocar mais
crianças ao mundo! Mas fora isso, foi também mais um medo que eu própria criei
para mim, o meu maior medo! Medo de não ser uma boa mãe, medo de perdê-lo, medo
de não conseguir influenciá-lo para ele não ser como os animais que agora
dominam a Terra, mas sim, intrinsecamente e acima de tudo, ser um verdadeiro Ser-Humano.
Tenho medo de…”
TÂNIA FERREIRA
(Com a devida licença, sem
consentimento, fiz, aqui e ali, pequenos arranjos de concordância, embora sem
nunca alterar o sentido)
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