O “nosso” “Zé da Anita” hoje está
feliz. Largou ontem as canadianas que lhe coarctavam os passos e lhe limitavam o
seu raio de acção. O “Zé” é o mais querido arrumador de automóveis da Baixa. É
um “Zé, sempre em pé”, e agradavelmente bem-disposto.
Há cerca de dois meses contei
aqui um pouco da sua “estória”. Como homem que é, tal como eu e outros, é
vulnerável ao sexo feminino. Vai daí, perante as suas próprias palavras, enamorou-se
de alguém que, para além de não o merecer, apenas estava interessada em dar-lhe
a “palmada”, o chamado “golpe do baú", numas economias que tinha de lado. Pelos
vistos conseguiu mesmo e o nosso homem, como esmurrado sem defesa pelo destino,
foi ao tapete. Para esquecer, recomeçou a beber e, depois de umas tantas
quedas, acabou no hospital.
Hoje, já com novas forças,
físicas e anímicas, sente-se outro. Quando o interrogo acerca do tempestuoso amor,
vai-me dizendo que está a fazer tudo para esquecer. Nunca mais falou com a sua
outrora eleita do coração. O problema “foi o que foi e o que está a ser”,
confidencia-me acerca do dinheiro que tanto lhe custa a ganhar. “Olhe que, para
além do que desapareceu, ainda estou a pagar 70 euros todos os meses e durante
dois anos por umas coisas que ela comprou e, como não podia ser em nome dela,
fiquei eu responsável. Ainda um dia destes vou falar com a mãe dela!”
Se o dinheiro é importante, sem
dúvida que é, muito mais valiosa é a saúde, e, felizmente, o “Zé” está aqui
para as curvas. Claro que terá de ter cuidado na condução. Sei lá?!, não lhe
apareça outra vez, de frente, uma máquina em jeito de humano que o encante e o
faça despistar. Vade retro, Satanás! Abrenuncio!
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