quinta-feira, 16 de agosto de 2012

O REGRESSO DO "ZÉ DA ANITA"



 O “nosso” “Zé da Anita” hoje está feliz. Largou ontem as canadianas que lhe coarctavam os passos e lhe limitavam o seu raio de acção. O “Zé” é o mais querido arrumador de automóveis da Baixa. É um “Zé, sempre em pé”, e agradavelmente bem-disposto.
Há cerca de dois meses contei aqui um pouco da sua “estória”. Como homem que é, tal como eu e outros, é vulnerável ao sexo feminino. Vai daí, perante as suas próprias palavras, enamorou-se de alguém que, para além de não o merecer, apenas estava interessada em dar-lhe a “palmada”, o chamado “golpe do baú", numas economias que tinha de lado. Pelos vistos conseguiu mesmo e o nosso homem, como esmurrado sem defesa pelo destino, foi ao tapete. Para esquecer, recomeçou a beber e, depois de umas tantas quedas, acabou no hospital.
Hoje, já com novas forças, físicas e anímicas, sente-se outro. Quando o interrogo acerca do tempestuoso amor, vai-me dizendo que está a fazer tudo para esquecer. Nunca mais falou com a sua outrora eleita do coração. O problema “foi o que foi e o que está a ser”, confidencia-me acerca do dinheiro que tanto lhe custa a ganhar. “Olhe que, para além do que desapareceu, ainda estou a pagar 70 euros todos os meses e durante dois anos por umas coisas que ela comprou e, como não podia ser em nome dela, fiquei eu responsável. Ainda um dia destes vou falar com a mãe dela!”
Se o dinheiro é importante, sem dúvida que é, muito mais valiosa é a saúde, e, felizmente, o “Zé” está aqui para as curvas. Claro que terá de ter cuidado na condução. Sei lá?!, não lhe apareça outra vez, de frente, uma máquina em jeito de humano que o encante e o faça despistar. Vade retro, Satanás! Abrenuncio!

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