Licínio Filho deixou um novo comentário na sua mensagem "SALVEM OS VELHOS ANIMATÓGRAFOS":
Parabéns pela bela postagem!
Você saberia me dizer como funcionavam os animatógrafos? Pergunto, pois tenho um registro da presença de um animatógrafo na cidade onde moro em 1903 e não existia iluminação elétrica no lugar nesta época. Se puder me ajudar ficarei agradecido.
Um fraterno abraço.
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NOTA DO EDITOR:
Começo por lhe agradecer o comentário. Em seguida, respondendo à sua questão, vou dizendo que antigamente, antes de haver a electricidade como energia alternativa, tanto quanto sei, a projecção de imagens nos velhos animatógrafos era feita através da Lanterna Mágica -que ilustro nas imagens acima e tenho na minha posse.
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REPETIÇÃO DO TEXTO ESCRITO EM JANEIRO DE 2008
SALVEM OS VELHOS ANIMATÓGRAFOS
Sou um amante de cinema. Por
ordem dos meus passatempos, depois de gostar de ler, de escrever, a seguir vem,
inevitavelmente, o cinema. Pela força de circunstâncias, como quem diz, pelo
maior leque de escolha, vou aos novos e pomposos “multiplex”, onde posso ter
uma dezena de filmes em leque de escolha. Mas, a verdade, ir a um velho
cinematógrafo (cinema), para mim, é como encontrar um velho conhecido que não
via há dezenas de anos, é fazer-me voltar aos tempos de menino. É qualquer
coisa de espantoso. É como viajar de comboio, do Luso até à Pampilhosa, numa
daquelas carruagens ronceiras com bancos de madeira. Sem esquecer, na estação
de Luso, a vendedeira, com duas bilhas de barro na mão, a gritar aos quatro
ventos: “áagguuaaa de Lusooooo…fresquinha”.
Ir a um velho cinema hoje, fazendo-nos viajar no tempo, é impagável. Vou amiúde vezes ao cine-teatro Messias da Mealhada. Na maioria das vezes o filme é o que menos importa. O que mais aprecio é a ambiência retro de outros tempos. Faz-me lembrar quando, em Coimbra, com 11 anos, ia ver filmes para 12 e pagava vinte e cinco tostões, hoje dois cêntimos e cinquenta. A ginástica que eu fazia para que o porteiro não desconfiasse que eu estava aquém da idade mínima. Chegava a entrar, quer no velho Tivoli, no Avenida, ou no Sousa Bastos, em bicos de pés, para parecer mais alto.
É inexplicável o que sinto hoje ao entrar num destes velhos cinemas, que constituem um monumento às reminiscências da nossa memória .
Há uns anos estive uma semana de férias em Vila Nova de Milfontes. Para minha surpresa o cinema lá da terra funcionava num velho barracão meio esconso. As suas cadeiras eram em ferro, a apresentação dos filmes era feita, como antigamente, em voz “off”. Lindo, lindo! Creio que fui todos os dias ao cinema, independentemente do título a projectar. Saudosismo? Provavelmente. Ou então estou mesmo a envelhecer.
Agora, com o anúncio no “Jornal da Mealhada” de que a Câmara Municipal da Mealhada adquiriu o velho cinema do Luso, com toda a sinceridade, só posso dizer: Parabéns professor Cabral. E também ao senhor Homero, o presidente da Junta de freguesia de Luso, homem dinâmico que conheço bem e, certamente, estará por detrás dessa alienação.
Apenas deixo duas sugestões: a primeira que no restauro subsequente deixem a traça original e tentem manter ao máximo, entre mobiliário e decoração, a fidelização o mais original possível. Ou seja, tentar uma harmonização entre o antigo e o moderno, sem esquecer a necessária comodidade dos nossos dias, mas prevalecendo a memória de outros tempos. A segunda sugestão é que se faça o mesmo em relação aos velhos moinhos de água existente na freguesia. Certamente, tenho a certeza, a seu tempo, se fará um roteiro turístico destes velhos museus do pão.
Ir a um velho cinema hoje, fazendo-nos viajar no tempo, é impagável. Vou amiúde vezes ao cine-teatro Messias da Mealhada. Na maioria das vezes o filme é o que menos importa. O que mais aprecio é a ambiência retro de outros tempos. Faz-me lembrar quando, em Coimbra, com 11 anos, ia ver filmes para 12 e pagava vinte e cinco tostões, hoje dois cêntimos e cinquenta. A ginástica que eu fazia para que o porteiro não desconfiasse que eu estava aquém da idade mínima. Chegava a entrar, quer no velho Tivoli, no Avenida, ou no Sousa Bastos, em bicos de pés, para parecer mais alto.
É inexplicável o que sinto hoje ao entrar num destes velhos cinemas, que constituem um monumento às reminiscências da nossa memória .
Há uns anos estive uma semana de férias em Vila Nova de Milfontes. Para minha surpresa o cinema lá da terra funcionava num velho barracão meio esconso. As suas cadeiras eram em ferro, a apresentação dos filmes era feita, como antigamente, em voz “off”. Lindo, lindo! Creio que fui todos os dias ao cinema, independentemente do título a projectar. Saudosismo? Provavelmente. Ou então estou mesmo a envelhecer.
Agora, com o anúncio no “Jornal da Mealhada” de que a Câmara Municipal da Mealhada adquiriu o velho cinema do Luso, com toda a sinceridade, só posso dizer: Parabéns professor Cabral. E também ao senhor Homero, o presidente da Junta de freguesia de Luso, homem dinâmico que conheço bem e, certamente, estará por detrás dessa alienação.
Apenas deixo duas sugestões: a primeira que no restauro subsequente deixem a traça original e tentem manter ao máximo, entre mobiliário e decoração, a fidelização o mais original possível. Ou seja, tentar uma harmonização entre o antigo e o moderno, sem esquecer a necessária comodidade dos nossos dias, mas prevalecendo a memória de outros tempos. A segunda sugestão é que se faça o mesmo em relação aos velhos moinhos de água existente na freguesia. Certamente, tenho a certeza, a seu tempo, se fará um roteiro turístico destes velhos museus do pão.
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