Assim, às primeiras impressões,
até parece um ditador da América Latina de passagem pela cidade… pois, mas não
é! É certo que pelas suas constantes promessas, a prometer uma vida melhor, até
parece um político… mas não é! Mas se um vendedor de lotaria tem sempre que
fazer uso, e abuso, de uma certa expectativa projectada na fé e na esperança
que habita dentro de cada um de nós, e até aceitamos tacitamente que estaremos
perante um acto de publicidade enganosa, é, não é? Mas se é assim, no caso do
jogo de sorte e azar, por que raio
continuamos a exigir que os políticos sejam pragmáticos e nos anunciem apenas o
que podem cumprir? Mas como? Se os prognósticos apenas são possíveis depois de
andar à roda? Por outro lado, tendo em conta que a tômbola da realidade é
constituída por uma infinitésima série de combinações matemáticas locais e mundiais, como
queremos nós que eles, antecipadamente, nos prenunciem os números da sorte
grande? Não será o mesmo que exigir que toda a publicidade passe a ser
verdadeira? E, já agora, para complicar onde está a verdade neste mundo de
sombras em que vivemos? E se de repente passássemos todos a poder dizer apenas
a verdade? Já se imaginou tal aberração? Seria assim o mesmo que termos as
moedas só com uma face única dos dois lados. Há quem diga que a verdade é
apenas e só a continuação da mentira, embora aceite comummente… como verdade.
Continuando a escrever no vazio,
isto é, sem qualquer interesse, ainda mais esta: algum de nós, no dia-a-dia,
constitui o paradigma da verdade imaculada? Excepto você, que me lê agora, todos os
restantes, incluindo eu, nas questões do rigor, individualmente, somos um
resultado possível numa adição em que as premissas são falseadas pela vontade
do colectivo -sem esquecer o medo. Bem sei que você desmente completamente o que estou a "escrevinhar", afirmando que nunca é influenciado pelo meio em que está inserido e jamais foi tomado pelo receio. Pode ser…
pode ser…
... Mas, esperem lá… eu estava a
escrever sobre o Eduardo Martins, não era?
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