quarta-feira, 11 de março de 2015

INVESTIR SEM FUNDO GARANTIDO





Perante cerca de três dezenas de pessoas, incluindo jornalistas, membros da APBC, Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra, e funcionários camarários, por volta das 17h15 de ontem, Osória Miranda, técnica do IAPMEI, Agência para Competitividade e Inovação, iniciou uma explanação geral sobre o programa “Comércio Invest”.
Comerciantes conhecidos com estabelecimento aberto na Baixa seriam cerca de meia dúzia. Cerca de uma dúzia seriam hoteleiros e os restantes seriam pessoas interessadas em abrir negócios e candidatarem-se aos fundos perdidos, entre 40 e 50 por cento. Ainda a apresentação estava no adro da esperança e já Arnaldo Baptista, proprietário da pastelaria Vasco da Gama, lançava o lamento destes fundos estarem a ser lançados em fundo perdido, e que não se entendia que não abrangesse o sector hoteleiro. A funcionária do IAPMEI lamentou este facto, que entendia, mas “estes incentivos destinam-se às pequenas e micro-empresas, ao comércio de proximidade. Não é isto que gostaria de lhe dizer, mas são estas as regras. Estes fundos não se destinam, a empresas que transformem os produtos. É mesmo só para o comércio! São as regras do jogo! Isto não são verbas comunitárias. São verbas que foram retiradas de fundos do comércio. Só serão admissíveis e contemplados os negócios relativos ao CAE, Classificação das Actividades Económicas, cuja actividade principal seja de comércio a retalho. Mais, que estejam licenciados, não terem dívidas ao Estado, terem tido no ano anterior uma rendibilidade de 20 por cento, disporem de contabilidade organizada e terem um projecto bem organizado em dossier. Para além destes requisitos, o montante mínimo para qualquer esboço ser elegível será de 15 mil euros -e máximo de 35 mil euros-, se a pequena ou micro-empresa concorrer sozinha –se se candidatar em associação com outros o montante já desce para 5 mil euros. A data limite de entrada no IAPMEI será o dia 27 de Março, até às 18h00. Ou seja, digo eu, faltam 17 dias para os interessados. Para além de qualquer dúvida poder ser tirada na Internet, na página do IAPMEI, na rubrica “Comércio Invest”, lá está tudo, temos uma equipa a funcionar no Edifício Topázio, junto ao parque da cidade. Temos lá sempre uma pessoa para informar.”
Depois da explicação algo sentida por parte de Osória Miranda, Arnaldo Baptista, acompanhado de vários empresários hoteleiros na cidade, levantou-se e a sala ficou ainda mais vazia. Várias perguntas continuaram a ser feitas por parte de um ou outro dono de café que permaneceu e a maior parte das interrogações incidiram sobre a possibilidade de negócios novos serem contemplados.

QUANTO CUSTA UM PROJECTO DE ADMISSIBILIDADE?

Esta semana, pelas lojas da Baixa, foram distribuídos panfletos a oferecer os serviços para elaboração destes projectos de modernização comercial. A empresa de consultoria é a “PaintGaP”, com sede na Avenida Fernão de Magalhães, Edifício Azul, nº 136, 1º H, em frente à Loja do Cidadão. Em contacto telefónico, fiquei a saber que o preço do projecto ronda os 1500 euros –tanto custa para o mínimo como para o máximo elegível, já que o trabalho na elaboração é igual. Cerca de 40 por cento serão elencados a fundo perdido em caso de aprovação –o que quer dizer que, no total e retirando este apoio, fica em cerca de 900 euros para o candidato. E se não for aprovado o projecto? Interrogo. Responde o meu interlocutor: “é assim, no início da assinatura do contrato de fornecimento de consultoria o proponente liquida 250 euros. Até à entrega e submissão do processo no IAPMEI o candidato paga mais 500 euros –que corresponde a 50 por cento do custo total. Se for aprovado pagará os outros 50 por cento. Se não for não pagará mais nada e fica, portanto, pela metade. Isto é, as despesas mínimas de candidatura importam sempre em 750,00 euros.”



Sem comentários: