(Imagem da Web)
Pelo Diário as Beiras de hoje, em título no
interior, ficamos a saber que a “Autarquia recusa subsídio à Feira Popular”.
Continuamos a ler e “O presidente da
Câmara de Coimbra recusou ontem o requerimento dos vereadores do PSD para que
fosse atribuído um subsídio para a Feira Popular, que tem lugar, habitualmente,
por ocasião das Festas da Cidade. Manuel Machado disse que a proposta para
atribuição de subsídios à União de Freguesias de Santa Clara e Castelo Viegas,
que realiza o certame, “não tem fundamento.”
Salienta-se, e também é referido
no jornal, que a Feira Popular vai ter isenção de taxas de funcionamento no
valor atribuído de 9672,00 euros.
Comecemos pelo argumento de Manuel Machado,
presidente da edilidade conimbricense, de que a “atribuição de subsídios à União de Freguesias, que realiza o certame,
não tem fundamento”. Ora bem, a meu ver, na forma Machado tem razão. As juntas
de freguesias agregadas têm verbas atribuídas pela autarquia e, por isso mesmo,
em princípio, não fará sentido haver uma segunda cabimentação já que gera um
precedente extensível a outras. Acontece que só na forma tem fundamento. Na
substância Machado perde completamente a razão. A Feira Popular, pelo ambiente
de memória que nos transporta para a infância, pela grandeza –são 17 dias de
animação- e pelo historial de importância para a cidade, é diferente de um
qualquer outro evento –só encontro analogia com a romaria do Espírito Santo,
embora em menor grau já que dura uma semana. Por isso mesmo, em nome dos
cidadãos e pela responsabilidade que lhe cabe em manter esta alegoria, o
executivo tem obrigação de fazer tudo para a manter. Não há dinheiro para ser
patrocinada? Mas há um ano atrás foram atribuídos 52 mil euros para organizar
um torneio de futebol juvenil em honra de um desaparecido ex-vereador do Partido
Socialista.
Esta atitude em negar subsídio, para além da aselhice
política, cheira a esturro. O que ressalta e dá impressão é que a Feira Popular
é o “leit motiv” para a guerra
partidária –já que José Simão, presidente da Junta de Santa Clara e agora agregada em união, concorre pelo do PSD.
Curiosamente, saliento que mesmo no tempo da Coligação por Coimbra, sobretudo com
a falecida Empresa Municipal de
Turismo de Coimbra, já havia problemas. Dizia-se que a extinta empresa
municipal queria “roubar” a organização a Simão.
Uma coisa é certa, a Câmara Municipal de
Coimbra (CMC), quer seja com este presidente quer com os anteriores, não faz
nada para manter eventos que estão gravados na nossa memória e constituem a
alma da cidade –basta lembrar a CIC, Feira Industrial e Comercial de Coimbra, que
precisamente por ser da responsabilidade da ACIC, Associação Comercial e
Industrial de Coimbra, houve sempre uma guerra surda e silenciosa de
protagonismo entre as duas entidades. O resultado final, num esticar de corda de
tudo ou nada entre a ACIC e a CMC, sabemos no que deu: acabou a engrandecer a
de Cantanhede. Não será de estranhar que, mais ano menos ano, a Feira Popular tenha
o mesmo destino.
Dá a impressão que somos uma
cidade de galos e de poleiros. Para além disso, parece que temos uma aversão
generalizada a tudo o que seja velho. Mas isso não importa nada! O que
interessa mesmo, porque é a grande moda nacional, é criar novas ideias de
negócio.
Sem comentários:
Enviar um comentário