MUTATIS MUTANDIS - COMÉRCIO TRADICIONAL
A questão da abertura das grandes superfícies comerciais aos domingos e feriados deveria representar, mais do que uma ameaça para o comércio tradicional, uma oportunidade. A oportunidade do comércio tradicional mudar de atitude, ajustando-a à dinâmica actual dos mercados e à procura dos consumidores, alargando o seu horário de funcionamento até mais tarde, bem como ao fim de semana. Todos ficariam a ganhar.
Em Coimbra, à noite e ao fim de semana, é frequente ver nas ruas Ferreira Borges e Visconde da Luz transeuntes (conimbricenses ou turistas) passeando e olhando para montras de luzes apagadas procurando uma oferta que não existe. Aqui se perdem oportunidades de negócio e se perde a oportunidade de criar hábitos de frequência desta área da cidade que provocaria movimento e animação nas ruas. Ora, se as pessoas se passeiam na Rua Ferreira Borges e Visconde da luz, à noite, ao frio e com as lojas fechadas, não será legítimo esperar que tal aconteça, ainda com maior afluência, se as mesmas estiverem abertas e os cafés e pastelarias a funcionar, ambos gerando receitas e movimento de toda esta zona da cidade? Esta possibilidade merece o benefício da dúvida...
Por outro lado, ao manter-se o horário actual do comércio tradicional, se imaginarmos um cidadão que tenha um horário das 09h00-13h00 e das 15h00-19h00 (horário normal em muitas actividades e coincidente com o do comércio tradicional) constatamos que será impossível fazer compras no comércio tradicional da baixa de Coimbra, a não ser que falte ao emprego. Por força desta circunstância, restar-lhe-á recorrer aos espaços comerciais que possibilitem o seu atendimento nas horas em que se encontra disponível. Mais uma vez, estão a perder-se oportunidades de negócio para o comércio tradicional, movimento e animação nas ruas...
O comércio tradicional na baixa deveria manter-se fiel à tradição de um princípio elementar da actividade comercial e ir ao encontro dos interesses dos seus clientes. Se em tempos passados tal se fazia pela melhor localização do seu espaço comercial ou através do seu atendimento personalizado (que felizmente ainda vai permanecendo, originando uma grande vantagem sobre as grandes superfícies) tal deve acontecer, também, no período de tempo em que estes serviços estão acessíveis aos consumidores.
A cidade de Coimbra tem condições extraordinárias para co-existirem, de forma saudável, as grandes superfícies comerciais, com as áreas de comércio tradicional. Se aquelas são mais práticas, estas são mais bonitas e isso tem a sua importância, pois tal como ninguém come só para se alimentar nem se veste só para se proteger, também ninguém consome só para se abastecer. Lazer e comércio são indissociáveis. O passeio leva à compra e ao consumo, e vice-versa. Não há mal nenhum nisso, aliás, é este o objectivo de qualquer iniciativa de promoção.
Nenhuma mudança desta natureza é simples. No seio de uma actividade como o comércio tradicional, muito menos, pois nela estão envolvidos hábitos, mentalidades, investimentos, etc.. Por esse motivo, há um trabalho de esclarecimento, apoio e promoção que deve ser feito junto dos comerciantes para os estimular ao acompanhamento das tendências do mercado e o aumento do volume de negócios. É esse o assunto principal e que deve ser abordado, sem rodeios!
Cabe às estruturas com responsabilidades nesta matéria como, julgo serem disso exemplo, a Câmara Municipal de Coimbra, a Turismo do Centro, a Associação para a Promoção da Baixa de Coimbra, entre outras, estimularem e apoiarem medidas que confiram maior agressividade e competitividade comercial às zonas de comércio tradicional de Coimbra, indo muito além de iniciativas de promoção não sistematizadas, tímidas e pontuais junto dos consumidores. Para se conseguir captar e fidelizar clientes, há que, antes demais, criar espaço e tempo adequado para que as ofertas aos consumidores lhes permitam optar em igualdades de circunstâncias com a oferta das grandes superfícies. O alargamento do horário de funcionamento é, sem dúvida, uma medida fundamental para que tal aconteça.
Se os estabelecimentos da baixa de Coimbra estiverem abertos para me venderem bens e serviços no horário em que as grandes superfícies mos vendem, serei, certamente, um entre muitos a consumir no comércio tradicional e na baixa de Coimbra.
Em Coimbra, à noite e ao fim de semana, é frequente ver nas ruas Ferreira Borges e Visconde da Luz transeuntes (conimbricenses ou turistas) passeando e olhando para montras de luzes apagadas procurando uma oferta que não existe. Aqui se perdem oportunidades de negócio e se perde a oportunidade de criar hábitos de frequência desta área da cidade que provocaria movimento e animação nas ruas. Ora, se as pessoas se passeiam na Rua Ferreira Borges e Visconde da luz, à noite, ao frio e com as lojas fechadas, não será legítimo esperar que tal aconteça, ainda com maior afluência, se as mesmas estiverem abertas e os cafés e pastelarias a funcionar, ambos gerando receitas e movimento de toda esta zona da cidade? Esta possibilidade merece o benefício da dúvida...
Por outro lado, ao manter-se o horário actual do comércio tradicional, se imaginarmos um cidadão que tenha um horário das 09h00-13h00 e das 15h00-19h00 (horário normal em muitas actividades e coincidente com o do comércio tradicional) constatamos que será impossível fazer compras no comércio tradicional da baixa de Coimbra, a não ser que falte ao emprego. Por força desta circunstância, restar-lhe-á recorrer aos espaços comerciais que possibilitem o seu atendimento nas horas em que se encontra disponível. Mais uma vez, estão a perder-se oportunidades de negócio para o comércio tradicional, movimento e animação nas ruas...
O comércio tradicional na baixa deveria manter-se fiel à tradição de um princípio elementar da actividade comercial e ir ao encontro dos interesses dos seus clientes. Se em tempos passados tal se fazia pela melhor localização do seu espaço comercial ou através do seu atendimento personalizado (que felizmente ainda vai permanecendo, originando uma grande vantagem sobre as grandes superfícies) tal deve acontecer, também, no período de tempo em que estes serviços estão acessíveis aos consumidores.
A cidade de Coimbra tem condições extraordinárias para co-existirem, de forma saudável, as grandes superfícies comerciais, com as áreas de comércio tradicional. Se aquelas são mais práticas, estas são mais bonitas e isso tem a sua importância, pois tal como ninguém come só para se alimentar nem se veste só para se proteger, também ninguém consome só para se abastecer. Lazer e comércio são indissociáveis. O passeio leva à compra e ao consumo, e vice-versa. Não há mal nenhum nisso, aliás, é este o objectivo de qualquer iniciativa de promoção.
Nenhuma mudança desta natureza é simples. No seio de uma actividade como o comércio tradicional, muito menos, pois nela estão envolvidos hábitos, mentalidades, investimentos, etc.. Por esse motivo, há um trabalho de esclarecimento, apoio e promoção que deve ser feito junto dos comerciantes para os estimular ao acompanhamento das tendências do mercado e o aumento do volume de negócios. É esse o assunto principal e que deve ser abordado, sem rodeios!
Cabe às estruturas com responsabilidades nesta matéria como, julgo serem disso exemplo, a Câmara Municipal de Coimbra, a Turismo do Centro, a Associação para a Promoção da Baixa de Coimbra, entre outras, estimularem e apoiarem medidas que confiram maior agressividade e competitividade comercial às zonas de comércio tradicional de Coimbra, indo muito além de iniciativas de promoção não sistematizadas, tímidas e pontuais junto dos consumidores. Para se conseguir captar e fidelizar clientes, há que, antes demais, criar espaço e tempo adequado para que as ofertas aos consumidores lhes permitam optar em igualdades de circunstâncias com a oferta das grandes superfícies. O alargamento do horário de funcionamento é, sem dúvida, uma medida fundamental para que tal aconteça.
Se os estabelecimentos da baixa de Coimbra estiverem abertos para me venderem bens e serviços no horário em que as grandes superfícies mos vendem, serei, certamente, um entre muitos a consumir no comércio tradicional e na baixa de Coimbra.
(JOSÉ RODRIGUES CARDOSO, RETIRADO DO FACEBOOK, COM A DEVIDA VÉNIA)
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