terça-feira, 25 de janeiro de 2011

PELO METRO SE LUTA, PELO METRO NOS RIMOS...

(IMAGEM DA WEB)


  Estive horas a pensar se aqui deveria escrever em modo de post ou não, o mesmo dever civico que me fez votar hoje faz-me escrever aqui assim.
Existem vários pontos que devem ser esclarecidos.
Em primeiro lugar a Dra. Fátima Ramos, tal como muitos outros entre os quais me incluo orgulhosamente, sempre disse que caso o candidato, agora presidente se pronunciasse sobre o assunto votaria.
Nunca em sitio algum, situação alguma a Dra. Fátima Ramos como qualquer um dos outros presidentes disse que não iria votar , apelou a abstenção ou (pelo menos ela) usou o autocolante "sem carris, nao voto".
Votar é um dever civico. No meu entender deveria ser obrigatório. Hoje devido as circunstancias especiais respeitei e entendi que muitos vissem na abstenção um sinal de protesto. No entanto, nunca em situação alguma posso aceitar que alguém seja censurado por exercer um direito que lhe está previsto na Constituição. Mais do que um direito é no meu entender um dever.
Já sabia que o que aconteceu hoje no facebook iria acontecer. Desde há muito que sei que existem pessoas entre nós que infelizmente vêm em tudo oportunismo politico em vez de se verem a defesa do que realmente interessa. Nunca me esquecerei do que se passou na altura do encerramento do Centro de Saude durante a noite.
Este movimento civico é constituido por pessoas das mais variantes ideologias partidárias. Em todos os partidos, como em todas as terras, existem pessoas boas e más, com boas e más intenções.
Relembro, antes de prosseguir, que a Dra. Fátima Ramos foi eleita pela terceira vez à pouco mais de um ano. Relembro que a lei portuguesa a proibe de se voltar a candidatar. Relembro, por isso, a todos esses oportunistas de más intenções que estão a bater em alguém que já foi as vezes que podia a votos, tendo sido sempre legitimada pelo povo.
Penso que deviam esquecer por isso essas más intenções, esses ódios, esses rancores, e se deviam concentrar no que realmente interessa, o Metro.
Hoje vi coisas a porta das urnas que em quaisquer outras eleições me teriam chocado. As pessoas não deviam ser "encostadas a parede" por quererem votar. No entanto, por ser uma luta que mexe muito com a emoção não quis e não me insurgi da maneira que se justificava contra o mesmo.
Hoje, tal como em todas as acções do movimento até agora, cabe a todos fazerem uma avaliação de se valeu ou não a pena.
Tal como sempre disse, achei e continuo a achar que não valeu. O que ouvi na televisão foi que a abstenção é sinal de distancia dos jovens, desinteresse das pessoas, e falta de legitimação dos mesmos abstencionistas para depois criticarem. Era isto que previa.
Não digo que foi uma má iniciativa. Todas as iniciativas têm sempre coisas positivas. É sempre preferivel fazer do que como antes nada fazerem sem ser falar no café.
No entanto, penso ser extremamente vergonhoso, através das tais mas intenções e oportunismos politicos, virem tentar explorar e denegrir quem quis votar.
Cabia-me agora, se fosse igual a todos os que o fizeram, perguntar:
Quem não foi a marcha lenta? Está contra o metro?
Quem não foi cantar as janeiras? Está contra o metro?
Quem não foi ao alegre? Está contra ao metro?
Quem não foi a assembleia? Está contra o metro?
Quem não foi ao cavaco? Está contra o metro?
Quem não foi ao nobre? Está contra o metro?
Os 190 e tal votos de esquerda que houve hoje na freguesia de miranda contra os 170 e tal votos de direita que houve hoje em miranda significam que a esquerda está menos a favor do metro que a direita?
Não se preocupem, eu não sou assim. Não é por as pessoas aderirem a uma ou outra forma de luta que estão mais ou menos contra o metro.
Sei que a maioria das pessoas, independente da area partidaria de que vêm estão nisto por bem!
Cabe-me ainda esclarecer uma coisa. Antes destes movimento existir já a dra. Fátima Ramos lutava pelo metro. Antes ainda tinha lutado pela eletrificação da linha. Quem vir a história perceberá que falo verdade.
Agora, dou também a mão a palmatória. Hoje provavelmente respondi demais nesta página, não queria causar tanta discussão, mas como já aqui disse, quem não se sente não é filho de boa gente.
Agora, posto isto, vou ao que interessa. E agora? Que vamos fazer? Como vamos continuar a lutar? São precisas ideias. Certamente que de algumas vão gostar mais uns, de outras vão gostar mais outros, mas o que é essencial são as ideias.
Fico a espera. Como fico a espera de não voltar a ver por aqui oportunismos, hipocrisias, cinismo e mentiras.
Nunca se esqueçam de que o respeito é essencial em qualquer sociedade. Nunca se esqueçam que a nossa liberdade acaba onde começa a dos outros. Nunca se esqueçam que dos fracos, mentirosos e hipócritas, não reza nem rezará a história. Nunca se esqueçam que o tempo de exprimirem a vossa justiça eleitoral virá.
Nunca se esqueçam que é muito mais o que nos une do que aquilo que nos desune!
Pelo Metro, de acordo com a minha consciencia, estarei sempre!



(CARTA TRANSCRITA, COM A DEVIDA VÉNIA, DO FACEBOOK, DA PÁGINA DO MOVIMENTO CÍVICO DE LOUSÃ E MIRANDA)

*************************

PARABÉNS, JOSÉ MIGUEL!



  Contrariamente a si, que esteve horas a pensar se deveria escrever, eu, como Cavaco a mandar farpas aos adversários em noite eleitoral, nem um minuto pensei. Como imperativo categórico, reuni de emergência todos os meus poucos neurónios de inteligência que me restam e, sob o mote “ nos jovens fortes e viris de inteligência reside o futuro”, proclamei: vou bater palmas ao José Miguel Ramos.
Esqueci de me apresentar: Luís Fernandes, um desses “oportunistas -escreveu esta Carta Aberta- que estão a bater em alguém”, como diz no seu espectacular, assombroso, espaventoso, texto panegírico em defesa da senhora sua mãe. Antes de prosseguir, gostava de clarificar que, apesar desta minha má intenção, rancor e ódio de que fala, juro-lhe, pela alminha de um ente meu próximo, que nunca pretendi bater na sua progenitora. Sabe, já sou velhote, e até entradote, sou daquele tempo em que numa mulher nem com uma flor se batia.
Continuando, meu jovem e caro amigo, em acto de contrição, reconheço que sou um desses seres abomináveis, “em que é extremamente vergonhoso, através das tais más intenções”, que procura o oportunismo político. Confesso-lhe aqui e publicamente que sou um sério, mas muito importante candidato político/partidário à Câmara Municipal de Miranda do Corvo. Aliás, se me permitir, aqui, faço-lhe desde já o convite para, caso ser vencedor –o que nem por um momento duvido-, ser meu vice-presidente.
Bato com a mão no peito e em compunção, confesso-lhe que, por esta luta partidária, por esta ambição que me consome a alma, nunca quis denegrir quem quer que fosse por querer votar, quer na sua terra, quer no país inteiro. O que quis dizer é que para além da obrigação de votar há outros amores que se levantam. Já agora, meu futuro vice-presidente, gostaria de lhe dizer que não devemos defender o voto obrigatório. Sabe o meu amigo que essa cambada, esse povão, que nos rodeia, se fosse obrigado por decreto acabava por votar em branco. Eu conheço bem esta “gentalha”. Por imposição acabam sempre por furar o sistema e não fazem nada do que é obrigatoriamente doutrinado na lei. O amigo, como ainda é jovem não sabia, mas eu, que já tenho cabelos brancos, sei como é que é esta “povoaça”.
Continuando, gostei tanto, mas tanto, desta sua carta que, juro-lhe, nem estou em mim. E depois tocou-me profundamente quando dá a mão à palmatória e admite que respondeu demais na página e não queria causar tanta discussão. Bonito, muito bonito meu grande amigo. Não é qualquer um que se apercebe que a sua parvoíce –salvo seja, é claro- está a ir longe de mais.
Em resumo, para que não pense que a sua verve caiu em saco roto, fica o amigo a saber que lhe prometo solenemente tornar-me um homem melhor e perder estes defeitos que me minam o ser. Evidentemente que já viu que me refiro ao meu oportunismo, à minha hipocrisia, ao meu cinismo e à minha mentira compulsiva.
Tal como o senhor repete na sua carta, renovo outra vez os votos de não tornar a cair na tentação do oportunismo, da hipocrisia, do cinismo e da mentira. Se preciso for até vou falar com o senhor padre da freguesia de Vila Nova para me abençoar e me tornar uma pessoa de bem.
Gostaria também de lhe deixar escrito, mas a sublinhar por baixo, que jamais irei esquecer de que o respeito é essencial em qualquer sociedade. Não irei olvidar que dos fracos, mentirosos e hipócritas –como eu- não reza nem rezará a história. Também não irei esquecer que “o tempo de exprimir a nossa justiça eleitoral virá”.
Juro-lhe, pela beleza de todas as mulheres do mundo que também não esquecerei que é muito mais o que nos une do que o que nos desune.
Pela reposição do ramal da Lousã estarei sempre, e sempre, ao lado de quem luta pela justiça e pugna pela defesa do que é seu. Pelas gentes de Ceira, Moinhos, Miranda, Lousã e Serpins –mesmo temendo a sua reacção pouco assertiva-, até sou capaz de lhe dar um abraço.

Sem comentários: