terça-feira, 18 de janeiro de 2011

CAVACO DÁ CAVACO A JAIME RAMOS




  Cavaco Silva, candidato a Presidente da República, hoje à tarde, cerca das 17h00, em arruada pelo Largo da Portagem, foi demandado por Jaime Ramos, líder do Movimento Cívico de Lousã e Miranda, acerca da atrocidade que o Governo está a cometer com as gentes de além-Portela e até Serpins. Cavaco, certamente já avisado desta interpelação, manifestou a sua preocupação com esta situação e disse estar ao lado destas pessoas. Para além das declarações do promitente, o seu mandatário, Manuel Antunes, declarou também elevar a sua voz para a reposição da linha da Lousã.
Está de parabéns o movimento ao conseguir uma demarcação política do ainda Presidente da República. Enquanto actual chefe supremo da Nação, ainda que não tenha força executiva, pelo seu poder de influência e transmitido através das televisões, é muito importante esta declaração para o reavivar da esperança das populações de além-Ceira e Lousã.
Enquanto apoiante convicto desta causa, pela moralidade, pela justiça que lhe subjaz, pude constatar ali mesmo, no Largo da Portagem, o desplante, a displicência, dos cidadãos de Coimbra. A maioria, se não quase todos, estavam alheios ao que se passava à sua volta. Estavam ali, apenas e só, para baterem palmas ao candidato. Alguns até foram ao máximo de insultar os manifestantes –que estão também a defender os interesses da cidade dos estudantes- proferindo frases do género “se fosse o Alegre não estavam aqui!”. Enquanto munícipe e residente em Coimbra, devo dizer que lamento profundamente este comportamento reprovável do ponto de vista de insensibilidade. É evidente que se trata de uma amostra insignificante, mas, extrapolando, e passando a caso de estudo, em paradigma, este acto, talvez explique por que razão Coimbra, em títulos, é uma cidade de bazófia, de tudo e mais alguma coisa, mas, em valores de solidariedade e companheirismo –do todos por um, um por todos!-, está assente em nuvens de nada. É a urbe dos estudantes, do conhecimento, da saúde, museu e sei lá que mais, mas, se atentarmos bem na nossa história recente, em metáfora, a cidade não passa de um burro asseado com arreios de cavalo de luxo. Não passa de uma besta de carga. É o querer parecer em títulos, em detrimento do ser verdadeiro. É a “Maria vai com as outras”, sem usar a cabeça para pensar por um momento. É o colocar-se de cócoras continuamente, e continuar a levar pontapés no rabo. Claro que a culpa é…dos políticos! Repete-se até à exaustão, mas ninguém se questiona como poderíamos ter bons gestores na polis, de gabarito, se os cidadãos, que os elegem em representatividade, não exigem, não batem o pé, e não dão as mãos por um vizinho maltratado?
Pobre cidade com beira de prosápia, mas sem arrojo, sem eira de lutar por aquilo que é legitimamente seu. Coimbra tem mesmo o que merece.

1 comentário:

Jorge Neves disse...

Já assisti a muitas campanhas eleitorais nas ruas de Coimbra e já vi campanhas de Cavaco Silva com melhores dias.
Muitos dos apoiantes que andavam de bandeira na mão a gritar Cavaco não têm idade para votar e outros não possuem capacidade eleitoral devido a problemas de saúde.
Por terras da Rainha Santa, os Conimbricenses não se esqueceram dos males que Carlos Encarnação fez por Coimbra e vão castigar Cavaco e o próprio PSD.