(IMAGEM DA WEB)
Não tranquem a Sereia!
Lembro-me de há muitos anos ter visto uma animação na televisão que me marcou bastante.
Era algo assim:
Uma mulher (com uma saia até aos joelhos, um decote pequeno e uma mala/carteira grande) entra no autocarro e senta-se naqueles lugares em que se fica frente-a-frente com outros.
Na paragem seguinte, entra um homem que se senta à frente dela.
Ela apercebe-se que ele não pára de olhar para ela e, cheia de pudor, fecha mais as pernas e põe a mala à frente do peito, desviando o olhar.
Ele olha-a ainda mais fixa e lascivamente.
Ela encolhe-se e tenta-se cobrir o mais possível, mas ele continua a mirá-la de cima abaixo.
Eis que surge uma outra mulher (com uma saia acima dos joelhos, um decote profundo e uma mala menor/carteira) que se senta ao lado dela com as pernas semi-abertas e a carteira deitada no colo, mostrando todo o seu decote.
A primeira mulher olha-a, numa tentativa de a avisar acerca do homem, mas, apesar de ele a ter também mirado, a sua atenção continua presa na primeira.
A segunda mulher mantém-se à vontade e a primeira apercebe-se que não pode deixar o medo que sente do olhar do homem deixá-la desconfortável. Então baixa a mala e afasta um pouco as pernas, sentando-se confortavelmente. A segunda mulher sorri-lhe.
O homem, percebendo que já não afecta minimamente a primeira mulher, levanta-se e vai-se embora.
Não sei se havia mesmo uma mensagem no fim ou não, se era só uma animação com mensagem ou uma mensagem com animação, mas o facto é que o que daí tirei ficou: Não interessa como os outros te olham, o que interessa é que te sintas bem! Os outros só têm poder sobre ti se tu deixares!
Ora é essa mensagem que eu quero transmitir à cidade de Coimbra: se deixares que o medo te faça fechar, encolher, esconder a tua beleza, estás a começar algo que não vai parar, só se espalhando como um cancro!
Não emparedem o Jardim da Sereia!
Usem o orçamento previsto para as obras em algo construtivo: na colocação de iluminação abundante e adequada, na contratação de seguranças para vigiar o local, no que for necessário para que este belo jardim seja ainda mais belo e seguro.
Foi no Jardim da Sereia, à hora de almoço dum lindo dia de Primavera, que subi e desci escadas vezes sem conta até me rebentarem as águas e as primeiras contracções anunciarem a vinda do meu primogénito. Foi algo mágico e, devido a uns vândalos, a uns indivíduos acéfalos cujo único propósito na vida é dar cabo do espaço que ocupam no mundo, querem vedar o prazer de desfrutar daquele espaço verde tão emblemático, não só aos habitantes, mas aos turistas e a quem queira usufruir do único espaço verde na zona central da cidade!
Não tranquem a Sereia! Protejam-na para que a sua magia esteja sempre acessível!
Era algo assim:
Uma mulher (com uma saia até aos joelhos, um decote pequeno e uma mala/carteira grande) entra no autocarro e senta-se naqueles lugares em que se fica frente-a-frente com outros.
Na paragem seguinte, entra um homem que se senta à frente dela.
Ela apercebe-se que ele não pára de olhar para ela e, cheia de pudor, fecha mais as pernas e põe a mala à frente do peito, desviando o olhar.
Ele olha-a ainda mais fixa e lascivamente.
Ela encolhe-se e tenta-se cobrir o mais possível, mas ele continua a mirá-la de cima abaixo.
Eis que surge uma outra mulher (com uma saia acima dos joelhos, um decote profundo e uma mala menor/carteira) que se senta ao lado dela com as pernas semi-abertas e a carteira deitada no colo, mostrando todo o seu decote.
A primeira mulher olha-a, numa tentativa de a avisar acerca do homem, mas, apesar de ele a ter também mirado, a sua atenção continua presa na primeira.
A segunda mulher mantém-se à vontade e a primeira apercebe-se que não pode deixar o medo que sente do olhar do homem deixá-la desconfortável. Então baixa a mala e afasta um pouco as pernas, sentando-se confortavelmente. A segunda mulher sorri-lhe.
O homem, percebendo que já não afecta minimamente a primeira mulher, levanta-se e vai-se embora.
Não sei se havia mesmo uma mensagem no fim ou não, se era só uma animação com mensagem ou uma mensagem com animação, mas o facto é que o que daí tirei ficou: Não interessa como os outros te olham, o que interessa é que te sintas bem! Os outros só têm poder sobre ti se tu deixares!
Ora é essa mensagem que eu quero transmitir à cidade de Coimbra: se deixares que o medo te faça fechar, encolher, esconder a tua beleza, estás a começar algo que não vai parar, só se espalhando como um cancro!
Não emparedem o Jardim da Sereia!
Usem o orçamento previsto para as obras em algo construtivo: na colocação de iluminação abundante e adequada, na contratação de seguranças para vigiar o local, no que for necessário para que este belo jardim seja ainda mais belo e seguro.
Foi no Jardim da Sereia, à hora de almoço dum lindo dia de Primavera, que subi e desci escadas vezes sem conta até me rebentarem as águas e as primeiras contracções anunciarem a vinda do meu primogénito. Foi algo mágico e, devido a uns vândalos, a uns indivíduos acéfalos cujo único propósito na vida é dar cabo do espaço que ocupam no mundo, querem vedar o prazer de desfrutar daquele espaço verde tão emblemático, não só aos habitantes, mas aos turistas e a quem queira usufruir do único espaço verde na zona central da cidade!
Não tranquem a Sereia! Protejam-na para que a sua magia esteja sempre acessível!
Sónia Veiga
1 comentário:
Luís:
Obrigada pelo apoio e pela transposição aqui para o Questões!
Se em vez de gastarem dinheiro em câmaras (fantasma ou não), em portagens automáticas (que nem sequer sabem dizer "por favor" ou "obrigado", só se safando mesmo o "Boa Viagem") e apostassem nas pessoas, diminuía-se o desemprego e a insegurança, pois muitas vezes basta uma pessoa por perto para desencorajar actos vis!
Haja visão!
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