(Rosete “Sempre-em-cima”)
Como hoje noticiaram os dois jornais locais, o Diário as Beiras e o Diário de Coimbra, uma senhora apresentou-se ontem às portas da Câmara Municipal de Coimbra com um cartaz, onde alertava para a necessidade de as entidades competentes lhe resolverem um atentado ambiental no seu quintal, que se arrasta há mais de uma década.
Na cabeção do placard, em letra manual, pode ler-se: “Estou a pão e água”.
Hoje, cerca das 9H15, fui junto à autarquia para fotografar a Dona Maria Emília Lourenço, mas a senhora não estava lá. Estranho, não é? Se ontem estava a pão e água, o que teria acontecido? Teria desistido? Segundo uma testemunha, que preferiu não se identificar, “é verdade que a senhora esteve aí ontem, mas logo que falou para a imprensa, desapareceu”.
À hora de almoço. Sob uma canícula de Sol a pique, a protestante, mais uma vez, estava de atalaia à entrada dos paços do Concelho.
Lá me foi dizendo que este inferno não pode continuar. Há cerca de uma década que se mantém esta situação. Quando lhe pergunto se continua a pão e água desde ontem, responde que sim. Continuo a interrogar, mas não teme cair no descrédito, quando abandona o seu posto de reivindicação durante a noite? Como é que as pessoas vão acreditar que não comeu depois de sair daqui? “Ai é? Queria que eu aqui ficasse de noite? Você sabe lá a insegurança que anda por aí? Veja bem que aquela câmara de vídeovigilância que está ali –e aponta para o frontispício do edifício camarário- nem sequer está a gravar. E queria que eu ficasse aqui?”. Insurge-se um pouco abespinhada.
Continuo a matraquear os ouvidos da pobre senhora, pois, tem razão, mas não esqueça que está a 30 metros da 2ª Esquadra da PSP, tento a provocação. “Ora, ora, tomaram eles que os guardem. Eles guardam alguém ou alguma coisa?”.
Continuo a interrogar, diga-me, Dona Emília, é verdade o que diz o presidente da junta de freguesia de Trouxemil nos jornais, quando responde que já se deslocou várias vezes a sua casa, juntamente com técnicos, para resolver o problema e que a senhora recusa? “É mentira que alguma vez esse senhor fosse ter comigo ao meu pátio para resolver esta vergonha. Ele nunca me abordou sobre este assunto. São todos uns aldrabões. Querem é ver-se livre de mim! Eu é que já fui várias vezes à Junta, e aqui à Câmara, mas, até hoje, nunca me resolveram isto. O presidente da junta de Trouxemil nunca esteve junto a mim no meu pátio. O que ele me prometeu sempre era que viria aqui à autarquia para resolver isto de vez. Falou-me também em colocar lá manilhas no meu terreno. Mas eu não admito. Isso é que era bom! Então se eu estou a apanhar com as águas vindas do meu vizinho ainda terei de ceder o meu espaço? Eles têm lá um caminho ao lado, que passem lá as manilhas, não é no meu terreno”, enfatiza a moradora de Alcarraques.
Hoje, cerca das 16 horas, será recebida pelos vereadores da oposição. Pelo presidente da autarquia, Carlos Encarnação, ou vereadores da “Coligação por Coimbra”, disse não ter sido contactada durante o dia de ontem nem de hoje.
E se não lhe resolverem o problema –interrogo- vai manter-se aqui, mesmo com um calor como o de hoje? Sim! Enquanto tiver forças vou continuar, desabafa.
1 comentário:
Unica soluçaõ chama-se Julia Pinheiro, ela resolve em poucas horas.
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