quinta-feira, 7 de maio de 2009

UMA PÉROLA NO CAMPEÃO





O Semanário Campeão das Províncias, à venda nas bancas hoje, publica um artigo de opinião, assinado por Olinda Rio, de se lhe tirar o chapéu.
Começa assim: “O dr. Carlos Encarnação foi meu professor de informática, no inicio dos anos 90, na Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC, onde era responsável pelo Centro de Computação, que funcionava na cave do edifício das Químicas.
Granjeou uma empatia generalizada entre nós, estudantes, por ser, como professor, a pessoa tranquila, competente e afável que ainda é.
Só o “provincianismo português”, de que fala Fernando Pessoa no seu artigo publicado no nº1 da Revista “Fama”, em 1932, é que não permite que o reconhecimento destas, e de outras qualidades, seja hoje consensual entre os seus munícipes.
“O discurso mórbido, repetitivo e pessimista dos que escrevem, falam ou comentam, no espaço público, da direita à esquerda, lamuriando as desgraças de Coimbra”, revela que o “estado da mentalidade portuguesa” não evoluiu muito desde o século passado”. –Extracto de um artigo de opinião de Olinda Rio no Jornal Campeão das Províncias.

OH…OH…OH…OH…OH…OH…OH…OH…-deixem-me rir mais um bocadito, desculpem lá- OH…OH…OH…OH…Oh…Oh…- Bolas! Podem não acreditar, mas tenho os olhos inundados de lágrimas de tanto rir.
(SNIF…SNIF…SNIF)…já estou recomposto! Vamos então dizer qualquer coisita acerca desta pérola do Campeão.

Não conheço a D. Olinda Rio, não sei o que faz, nem nada de mal me move contra esta simpática senhora –refiro a simpatia, porque tem a foto impressa no cabeçalho do artigo- palavra de honra. Juro pela minha avozinha.
Mas uma coisa tenho de agradecer-lhe, é o ter-me classificado de “provinciano”. Apesar de saber que o artigo não era especificamente dirigido a mim –claro que não, isso seria dar-me uma importância que ninguém me reconhece-, fico-lhe muito grato D. Olinda. E, porquê, Interroga? Olhe, sinceramente, já me tinha na conta de rústico, agora ser apelidado de provinciano, isso quer dizer que estou a melhorar. Obrigada, D. Olinda (acompanhado de uma vénia).
Bem sei que está a pensar que o seu artigo não era para mim –eu sei, já o referi. Pois, é verdade, mas eu identifiquei-me com o tal “provinciano” que faz parte do “tal estado da mentalidade portuguesa” que não evoluiu muito desde o século passado. Tendo em conta todo o seu texto, já vi mesmo que não pertenço ao clube de pensadores da qual V. Exª faz parte. Sou assumidamente provinciano. Não sei é se serei exactamente o mesmo modelo de que falava Pessoa em 1932. Mas, pelo andamento da carruagem, não devo ficar muito longe.
Eu detesto Durão Barroso. E sabe porquê? Porque votei nele em 17 de Março de 2002, acreditando que seria uma boa opção política para Portugal, no momento em que o país mais precisava dele, e o actual presidente da Comissão Europeia trocou a cidadania, o serviço à Pátria por um ordenado de 25Mil euros. Como é quer que eu goste dele? Explique, vá lá! Teve muita sorte em não ter de me devolver o meu voto. Ainda pensei nisso, mas, cá para nós que ninguém nos ouve, achei que o “cara” não valia a tinta que eu ia gastar na carta do pedido de devolução.
Mais ainda: acho António Guterres um cara simpático –juro pela minha mãezinha-, quando olho para ele faz-me lembrar o meu avô Crispim. Uma boa pessoa, um bom cristão, que até gostava de ajudar o próximo. Mas o meu avô não servia para político. O mesmo penso de António Guterres, uma boa pessoa, mas sem pulso, que dá tudo. E esse dar tudo sabe o que deu? A começar no Rendimento Mínimo Garantido, foi o princípio da hecatombe financeira do país. Como não havia controle, houveram milhares de pessoas que se abotoaram à “tripa-forra”. Hoje estamos todos a pagar a bondade do Comissário para os refugiados.
Quanto ao Luís Pais Antunes de que fala também, conheci-o quando era um menino. Trabalhava eu então para o avô Antunes no Café Mandarim. Depois disso, cada um foi à sua vida, e nada tenho contra o mentor do Código do Trabalho.
Em relação ao seu ídolo, Carlos Encarnação, já o escrevi várias vezes, pessoalmente nada tenho contra ele –tenho a certeza de que é um homem sério. Politicamente, em relação à Baixa, e ao seu comércio tradicional, se não foi o pior presidente de Câmara que passou na Praça 8 de Maio, depois do 25 de Abril, andará lá muito próximo. Não deixa história. Se deixar, é exactamente o contrário –para que não pense que até nunca votei nele, posso dizer-lhe, sobre palavra de honra, de que lhe dei o meu acto cívico, em forma de voto, em 2002. Mas, tal como Durão Barroso, se fosse possível, exigia a sua devolução por ter sido mal empregue.
Para terminar, e para que não pense que não tenho respeitinho por si –conforme refere no último parágrafo do texto do Campeão-, prometo-lhe, pela alminha do meu avô Crispim, que farei tudo para que, perante tão generoso encómio em forma de panfleto político, V. Exª seja incluída, em lugar elegível, nas próximas listas eleitorais do PSD. Não preciso de lhe dizer que não risco nada por aqui, isso já a senhora sabe.
Um abraço de compreensão pelo seu generoso gesto.
Quem é que não entende? A vida está muito complicada. Se está!

P.S -Quanto ao ter-me classificado como provinciano. Deixe lá. Isso não é para nós. Prefiro sê-lo assumidamente, do que andar a bajular o presidente da autarquia conimbricense.

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