Encontrei o Ricardo Lopes na Rua Visconde da Luz, à hora do almoço, a tocar um longo e invulgar instrumento musical. Debitava um som rouco e grave, parecido com a trompa de caça.
À minha pergunta acerca do instrumento em questão, responde: “este instrumento chama-se “D: dgeridoo”. É feito de piteira, da família do cacto. Como sou construtor de instrumentos musicais, este é um dos que faço. Para além deste, sou também construtor de instrumentos tradicionais portugueses”, enfatiza o Ricardo.
É natural de Braga e está em Coimbra há cerca de um ano. Adora a cidade. Sente que a Baixa precisa de mais vida. “Tudo o que for preciso para ajudar a animar a zona histórica podem contar comigo. Adoro esta cidade”, diz-me, embalado por gestos, como a querer abraçar o casario à sua volta.
O Ricardo, para além de músico, é artesão de material reciclado. Tem uma banca na Praça do Comércio. Anda a ver se muda para as ruas da calçada. Concorda comigo que aquelas abarracadas tendas junto à Igreja de São Tiago não dignificam nem o meio envolvente nem os próprios vendedores. Para além disso, confidencia-me, “não é justo estarmos todos juntos, revendedores e artesãos. Verdadeiramente, só há lá dois artesãos, os outros vendem artigos que não têm nada a ver com o trabalho manual.
Para além disso, este “self-made-man”, homem dos sete ofícios, ainda faz animação de palhaço e malabarismo.
Se quiser contactar o Ricardo Lopes, deixo-lhe o seu e-mail: benvindoaplutao@sapo.pt
luadetibete@gmail.com
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