quinta-feira, 28 de maio de 2009

BAIXA: UMA PALMADA COM CORRIDA




Nos dias que correm, os comerciantes têm que ser cada vez mais psicólogos e dotados de presciência. Nunca se sabe se o cliente, vestido de fato de bom corte, Rolex de ouro no pulso, de boas falas, finas e doces, estará pronto para nos vigarizar ou roubar.
Foi o que aconteceu hoje, pouco passava das 18 horas na Ourivesaria Rogério, na Rua Eduardo Coelho. Um cliente bem vestido, de bom aspecto, que em nada fez retrair a funcionária da casa, pediu para ver anéis em ouro.
Aparentemente, era um cliente perfeitamente normal. A empregada, colocando o tabuleiro dos anéis em cima do balcão, foi mostrando e o cliente ensaiando no dedo anelar. Quando já tinha cerca de meia-dúzia de lado, pediu para ver alianças. Mal a funcionária se voltou, o sujeito, levando consigo o ouro escolhido previamente, abalou em grande correria, mais rápido que o Carlos Lopes nos seus velhos tempos de maratonista.
Mesmo a pouca experiência que a empregada pudesse ter, se fosse com o patrão, provavelmente, teria acontecido do mesmo modo. Cada vez mais o comerciante terá de ter mais cuidado com aquele cliente desconhecido, e sobretudo se promete “mundos e fundos”, numa compra que parece salvar o mês.
Foi chamada a PSP para tomar conta da ocorrência. Evidentemente que onde quer que esteja o meliante, “ladrãozeco” de ocasião, deve estar a rir-se a bandeiras desfraldadas da facilidade com que, certamente, mais uma vez, deu a palmada em quem trabalha para viver. Ele não tem culpa dos outros terem escolhido uma profissão errada. Em pensamento, promete votar neste governo, ou noutro qualquer, que continue a assegurar a sua impunidade.
Neste acto, talvez dê para ver a falta que fazem as câmaras de videovigilância na Baixa. Deveria fazer pensar a autarquia, e o seu gabinete jurídico, no atraso que vai ter, para esta zona histórica, um outro lançamento de concurso por erros crassos, e os custos para o comércio tradicional, como bem dizia, ontem, Carlos Clemente, presidente da Junta de Freguesia de São Bartolomeu, no Diário de Coimbra: “Câmara está a brincar com pessoas e bens”.

1 comentário:

Vítor Ramalho disse...

Basta de criminalidade.
Abraço