Esta imagem de abandono, infelizmente, grassa pela cidade. Habitualmente estão junto às farmácias –esta é na Rua da Sofia-, mas pode ser dentro de um qualquer centro comercial perto de si.
Não sei se o seu abandono teria alguma coisa a ver com a futura distribuição gratuita dos preservativos no ensino Secundário. Calculo que não. Terá a ver, isso sim, com o vandalismo e a procura fácil de moedas por parte dos vagabundos da noite.
Seja por que for é preciso retirá-los. É que, acima de tudo, é publicidade enganosa. Imaginem que tem um "arranjinho". Percorrem a cidade à procura da camisinha que o salve da gripe, e nada. O suculento pedaço de mulher (ou homem) viaja ao seu lado com a saia a meio das coxas. Você, espumando como cão raivoso, de vez em quando lá apalpa o material. Ela, como Eva tentadora em forma de maçã, tenta convencê-lo a deixar a protecção. Toda remelosa, numa lascívia de "nove semanas e meia", repete até ao infinito: “meu querido, porque me fazes sofrer?”
Até que você, quase no limite da esganiçada dor que sente mas não vê, numa procura obsessiva em automóvel pela cidade, finalmente avista o seu salvador na farmácia da Rua da Sofia. “Tiro sem fogo. Porra p’ra isto!”, exclama, perante a boneca que o espera –e desespera- dentro do carro…
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