O Luís Cortês é um músico de rua. É invisual
e, fruto de um acidente, tem apenas um braço. Costumamos vê-lo a tocar órgão
junto à Igreja de Santa Cruz. Dar música a quem passa a troco de uma moeda é o
meio que lhe permite fazer face às suas despesas diárias. Na Baixa da cidade é
mais conhecido que o Papa Francisco. Compõe e musica muitas das suas criações.
Foi o autor de um Hino para o ex-candidato autárquico Pina Prata. Fez parte da
orquestra de músicos de Rua de Coimbra, no ano passado.
Hoje, à hora de almoço, encontrei-o no seu
posto habitual mas silencioso e com uma mensagem: “Peço ajuda aos amigos e às pessoas de boa vontade para contribuírem na
reparação do órgão. Obrigado.”
O que é que se passou, Luís?
Interroguei. Respondeu assim: “o órgão
está avariado. Tem a membrana do altifalante lixada. O senhor Olímpio, da casa
de música Olímpio Medina, diz que, por ser antigo e ser difícil arranjar peças,
o conserto fica muito caro e que valia mais eu comprar outro. Acontece que eu
não tenho dinheiro para o poder adquirir. Com cerca de 100 euros eu já
comprava um novo nos chineses. Mas como, se não tenho dinheiro? Já estou assim
há quatro dias. Não tenho ganhado nada e estou com dificuldades em pagar a água e
a luz. Recebo de reforma 335,00 euros mas pago de renda 338,00 euros. É com a
minha prestação na rua que consigo comer. Tenho de confessar, senhor Luís,
estou mal!”
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