Acabei de ser bloqueado no Facebook. Não posso
postar temas na rede porque, alegadamente, abusei de qualquer coisa que não sei
o quê. É uma tragédia? Claro que não. Antes de haver este instrumento de comunicação
já vivíamos. Por isso mesmo, no meu entender, dar demasiada importância a esta “sanção” –sem acusação e condenação em
processo sumário e a fazer lembrar o livro “O
Processo”, de Kafka- é fazer o jogo do dominador. As coisas só têm valor porque,
individualmente, lho atribuímos. Se cada um de nós pensar que vivemos bem sem
um qualquer instrumento considerado essencial viveremos mesmo. As necessidades
assentam essencialmente na psico.
Quero dizer que fazem parte de um processo mental, consciente, na origem e nos
efeitos, e dos comportamentos humanos, físico e social. Tenho para mim que a
sociedade hodierna, com toda a brutal oferta, é muito mais adita do que a do
tempo dos nossos pais. Somos mais felizes? Duvido. Estamos transformados em
marionetas de um sistema que, criando teias psicológicas de regulação, nos
aprisiona pela mente. Devemos obrigatoriamente reagir. Temos de largar estas ilusórias
grilhetas e mostrar a quem gere os cordões que somos capazes de voltar à mesma
existência pacífica que anteriormente seguíamos.
Voltando ao que me aconteceu, naturalmente que,
enquanto presumível inocente, me resta indagar os motivos de tal decisão. E já
cumpri esses trâmites. Se admitirem que houve erro, muito bem, continuarei no
site. Se continuar o bloqueio, agindo como ofendido e gente de bem, cumpre-me
dizer adeus e até qualquer dia.
Tenho reparado que este tipo “acidente” ou “incidente” está acontecer a muito boa gente. Estou a lembrar-me de
um senhor que, embora não conheça pessoalmente é muito reconhecido na cidade, lhe
aconteceu o mesmo: o médico Rui Pato. Achei graça quando recebi um abaixo-assinado
para eu subscrever e direcionado à administração do Facebook. Não assinei. Cá
no meu interior até sorri pelo voluntarismo do autor, ao dar tamanha
importância ao Facebook. No meu caso, e não vá o mentor fazer o mesmo,
mantenham-se serenos porque declino tal intenção de solidariedade. Se cada um
dos bloqueados, tendo em conta que estão a ser objecto de uma arbitrariedade,
apagarem a sua página, em revolta, acredito que, no futuro, quem manda nesta
rede social vai pensar duas vezes. Há muito mais mundo para descobrir sem
estarmos no Facebook.
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