Nem sei muito bem porque ainda perco tempo a
escrever sobre estabelecimentos antigos que encerram! É evidente que é paranóia
minha! Se ninguém quer saber do enterro destas casas mais antigas da cidade,
morrem e pronto, por que raio é que continuo a bater na desgraça? Se ao menos
eu estivesse ligado à autarquia mandava disponibilizar um terreno com umas lápides
em pedra, em que se contava um pouco do seu percurso, e a indicar todos os
desaparecidos em combate. Acontece que não estou nem faço tensões de estar. Por
conseguinte deixo aqui o recado para memória futura. A Casa Sousa, uma loja de
tecidos e outros têxteis, com entradas pela Rua Adelino Veiga e Largo das
Ameias, encerrou no final de Dezembro. Silenciosamente como os velhos que estão
fartos de viver nesta vida sem eira nem beira, e querem dar o último suspiro
sem darem nas vistas, assim, igualmente, se apagou este ponto de venda que,
durante muitos anos, fez parte do roteiro comercial da zona histórica. Teria vinte e poucos anos de idade e desapareceu dos nossos olhos como a sua antecedente,
a loja de ferragens “Viúva Alves Vieira”. Quero dizer, portanto, que a história
comercial da Baixa continua a não ter interesse nenhum. Quando algum estudioso
quer saber alguma coisa de um período mais recuado vai à Biblioteca Municipal e
consulta as páginas de publicidade dos jornais. Se for respeitante à última
década, porque, devido à crise, praticamente deixou de se poder anunciar e
portanto não haverá rasto dos mais recentes, com um bocadinho de sorte, procura
neste blogue e, se calhar, está cá. Nem você leitor nem o interessado que há-de
vir precisam agradecer! Homessa! É serviço público não remunerado e mais nada!
Sem comentários:
Enviar um comentário