Para iniciar esta crónica, começo
por interrogar que relação directa implicará a Praça do Comércio com as Ruas
Eduardo Coelho, Padeiras, Almoxarife e Largo da Freiria? A meu ver, simbolizam
o desleixo, a incúria, o deixa-correr de quem deveria cuidar da coisa pública e
não o faz. Mas antes de me debruçar sobre esta negligência “criminosa” –entre comas,
porque não pode ser sancionado mas devia- vou contar o que se passa. Na Praça
do comércio já várias vezes se escreveu aqui, no jornal O Despertar, e da Junta
de Freguesia de São Bartolomeu foram enviados ofícios, sobre o desrespeito
continuado durante todos os dias da semana do anárquico estacionamento na mais
bela praça da Baixa. O que está acontecer é simplesmente uma vergonha. Um largo
medieval pleno de monumentos e, apenas porque ninguém está interessado em fazer
cumprir a lei, assiste-se ao que a imagem documenta. Pode argumentar-se que
hoje é Sábado, mas nos outros dias é igual. Por que raio é que estes
automobilistas não estacionam fora do perímetro monumental? Se a maioria paga
estacionamento nos parques, qual será a razão invocada para continuarem a
abancar aqui os seus carros diariamente?
Nas ruas estreitas irrita a
situação que vou descrever mais uma vez. Pelos vistos o relógio da EDP que
regula o acendimento dos candeeiros no triângulo que enuncio em cima deve estar
avariado e, sobretudo ao fim-de-semana deixa as ruas conforme demonstram as imagens
captadas hoje às 18h30. Esta situação mantém-se assim há cerca de um ano. Progressivamente acendem cada vez mais tarde. Agora, hoje, começaram a
debitar luminosidade depois das 18h30. Já mandei ofícios para a Câmara
Municipal, já liguei mais do que uma vez para os serviços da Electricidade
de Portugal. Debalde, ninguém quer saber. Começo por perguntar se este facto
terá ou não importância e o que acontece a quem passa nesta zona comercial. Tem e muito. As
pessoas, os transeuntes, chegam ao início da rua e voltam para trás com medo da escuridão. Ora, acontece que, embora
pouquíssimos, há estabelecimentos abertos até às 19h00. Então coloca-se a
questão de saber se os serviços, essencialmente da autarquia –porque há outros
com responsabilidade na questão- querem que todas as lojas fechem ao Sábado de
tarde. Será assim? Se não é parece.
Esta apatia irrita profundamente.
Parece que estão a gozar com quem aqui labora. Por que é que não levantam
processos disciplinares ao(s) (ir)responsável(is) pela iluminação pública? No
tocante à Praça do Comércio, ainda que menos grave, qual a razão de a Polícia
Municipal não intervir com dureza?
Por que raio é que assistimos, cada
vez mais, a uma completa desresponsabilização dos gestores da “res publica”? Os
funcionários andam desmotivados? Mas, apesar dos cortes, continuam a receber
ordenado, não continuam? E os privados, como é o caso dos comerciantes, os que
ainda tentam resistir a este abandono, sem alento e entregues à sua sorte, vão receber o quê, onde e a quem?
Apetecia-me mandá-los para um certo lugar, mas fico-me só pela frase
imprecativa: vão para o raio que os parta!
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