Por José Xavier Nunes
Já faz algum tempo que não acho
nada. Tirando caroços de maçã, cascas de banana, maços de cigarros vazios, embalagens
várias e variadas, já pouca coisa se acha. Houve uns tempos em que ainda se
achavam umas moedas, mas agora, talvez por as pessoas andarem demasiado
agarradas a elas, vão-se encontrando umas moeditas de cêntimo e não passa
disso. Estamos conversados nesta matéria. -Muito gosto eu desta expressão...
A outros níveis de achamentos, aqui
sim, já acho alguma coisa!! Entre outras, que os desvarios da classe política
não podem tudo justificar. Desconfio que a falta de participação cívica dos
cidadãos nas suas redes sociais, e não estou a falar destas modernices das
novas tecnologias, também têm alguma coisa a ver com o estado de desgraça, ou
falta de graça, a que chegámos.
Falemos então do que acho. Por
exemplo, a cidade de Coimbra, onde vim aterrar de pára-quedas, o que não me tira
o tal direito de achar, deve ter chegado a este ponto de degradação, ou semi-decomposição,
em que se encontra, por culpa de alguém. Se não nos quisermos maçar muito
atiramos as culpas para os políticos, as sucessivas presidências de câmara, e
até podemos fazer apostas de qual foi o melhor presidente até hoje. E aqui
voltamos ao princípio de que eu mesmo não sendo de Coimbra, por que será que
sinto alguma culpa? Esta cidade não é um posto de abastecimento no deserto, tipo
cena de filme americano. Tem história, que está implícita nos seus muitos
monumentos e estatuetas espalhadas por ela. Não é um barraco que a qualquer
momento se desmancha para partir em outras demandas. É uma cidade !!
Sendo assim e como tal, olhando
para Coimbra, eu que até nem sou de cá, vejo a urbe com um grande potencial em
vários aspectos. O que não consigo imaginar, mesmo que estejam na frente dos
meus olhos, são as chagas que a cobrem de opróbrio e são vergonha até para mim,
que nem sou de cá...
Pouco interessa tentar atribuir
alguma culpa seja a quem for. São por demais óbvias as negligências, o
desleixo, a incúria, de muitos espaços públicos para que se perca tempo a
especular. Um arquitecto paisagístico poderá usar outros termos mais apropriados
para definir estas coisas. Eu chamo-lhe… nojo!
Quando por essa Europa fora os
Estados se esforçam por manter o património, embora o nosso bacoco orgulho de
sermos europeus e possuirmos com frequência algumas coisas das melhores do
velho continente, por aqui parece não nos interessar os casarões velhos que por
estes arredores pululam. Os destroços da indústria situados na parte norte da
cidade estão lá para quem os quiser ver, ou ignorar... O Jardim da Sereia, e
tantos outros jardins, são matagais... As... Os...
É tão óbvia a podridão... O que é
que acho??
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