No próximo dia 2 de Março, pelas
15h00, estarei na Praça da República para acompanhar a manifestação “Que se
lixe a Troika. O povo é quem mais ordena.”. Vou marcar presença e engrossar as
fileiras de descontentamento popular em Coimbra.
Ao longo da minha existência de mais de
meio-século nunca fui muito de andar em arruadas e manifestações. Jamais
imaginei que iria mudar depois de velho e já no epílogo da minha vida.
Infelizmente, pelas políticas de insensibilidade social onde o cidadão é cada
vez mais um número de contribuinte e menos pessoa de regalias, vejo-me obrigado
a isso mesmo, a ir para a rua gritar bem alto contra este Estado de confisco, e
a mudar o meu comportamento anterior. Tal como em 15 de Setembro, partilho este
acto de cidadania com a convicção de que estou a fazer o que devo; pelos meus
filhos, pelos meus netos; por mim, pelo Armindo, pelo Simão, pelo Arménio, pelo
Francisco, pelo João, todos comerciantes tradicionais e que estamos a viver um
momento conturbado da nossa história de trabalhadores que labutam desde criança
e ainda de cueiros.
No Sábado, dia 2 de Março, vou à
manifestação pelo Sérgio, pelo Armando, pelo “Manel”, pelo Jorge, que enquanto
proprietários de pequenos cafés nestes becos e ruelas, pelo aumento desmesurado
do IVA, estão na iminência de cerrar portas nesta Baixa de Coimbra e engrossar
a coluna do desemprego… sem subsídio. Se pensar do mesmo modo que eu, compareça
e junte-se a mim. Temos de fazer alguma coisa. Não podemos deixar-nos atropelar
e sermos trucidados por este comboio onde viajam os eleitos prosélitos de uma
classe que está a afundar este país quase milenar.
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