terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

"UM ANO PERDIDO"



"Caros Sócios e Amigos:

Cansado de um ano de silêncio e frustrado com tantas omissões, enviei ao Sr. Presidente da Câmara Municipal de Coimbra (CMC) o ofício -que a seguir se transcreve-, de que me sinto obrigado a dar-vos conhecimento e a todos aqueles milhares de cidadãos que quiseram apoiar-nos expressamente -através de abaixo assinado e de petição pública-, no sentido da realização do objectivo imprescindível de construção de um Novo Quartel dos Bombeiros Voluntários de Coimbra e, ainda, na perspectiva de que essa construção é também uma intervenção a favor de Coimbra e da requalificação do seu espaço urbano, particularmente da Baixa.

Peço a todos e a cada um que se reflicta sobre o que está em causa e que compreendam que o esforço que a Direcção a que presido tem vindo a fazer se norteia única e exclusivamente por dois objectivos: garantir a existência desta Associação Humanitária e a operacionalidade do seu Corpo de Bombeiros, como um dos pilares da protecção e segurança de pessoas e bens, em particular, no Município de Coimbra.
Eis então a carta enviada à CMC:
"Exm.º Sr.º
Presidente da Câmara Municipal de Coimbra

Assunto: Ampliação e Remodelação do Quartel e Instalações da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Coimbra.

Faz um ano que, embalado pelos louvores à solução encontrada para a remodelação e modernização das nossas desgraçadas instalações -que são das piores senão as piores do país e desqualificadoras de uma cidade como Coimbra-, remeti a V.ª Ex.ª  o documento de que anexo cópia, tendo posteriormente, em Maio do mesmo ano, remetido um ofício de insistência de que igualmente junto cópia.
 Até hoje não foi recebida qualquer resposta!
 Neste momento tudo o que sei é que:
1.      Esta Associação Humanitária vai fazer 124 anos no próximo dia 7 de Abril;
2.      As instalações desta Associação e o seu Quartel vão fazer 60 anos no próximo dia 15 de Novembro;
3.      Toda a gente reconhece que as instalações, concretamente o Quartel, não reúne o mínimo de condições para albergar um Corpo de Bombeiros;
4.      O protocolo celebrado com a Câmara, para cedência de um terreno em Santa Clara, ficou sem efeito por comunicação oral (sem mais!) do ex-presidente Dr. Carlos Encarnação ao então presidente da Direcção, Dr. Fausto Garcia;
5.      A solução preconizada por esta Direcção, de nos mantermos no actual espaço, foi verificada e validada tecnicamente pelos serviços da Câmara que emitiram Parecer favorável ao Estudo Prévio realizado;
6.      O referido Parecer e o Estudo Prévio foram aprovados por deliberação da Câmara a que V.ª Ex.ª preside;
7.      Mais de um milhar de cidadãos expressaram o seu apoio à construção de um Novo Quartel, de acordo com o proposto por esta Direcção;
8.      O Novo Quartel é entendido como uma peça importante para a segurança do casco histórico da cidade e pode ser um elemento influenciador de um desejado processo de renovação da Baixa;
9.      Esta Direcção continuou mais um ano a “mendigar” apoios para manter esta instituição e o seu Corpo de Bombeiros; 
10.  Os Bombeiros Voluntários de Coimbra continuaram e continuam todos os dias a cumprir a sua missão de protecção e socorro dos cidadãos e de defesa dos seus bens.
 Isto é o que sei, Sr. Presidente, e, ainda, que apesar da cordialidade e respeito pessoal, não tenho da Câmara qualquer resposta institucional, vendo assim desperdiçado mais um precioso ano em que seria extremamente importante a realização do trabalho de gabinete atinente ao projecto da obra a candidatar a apoios, particularmente comunitários, logo que aprovado um novo quadro.
 Não tenho mais, nem novos argumentos para este velho problema. O que está em causa é uma opção dessa Câmara, porque é para todos uma certeza que não há solução para este problema sem o apoio e a intervenção da Câmara. É uma óbvia opção política. Uma escolha entre um investimento numa instituição de relevante importância e actividade municipal ou de canalização de meios financeiros para outras actividades.
 Cansado de esperar e desesperado por ver tão maltratados mulheres e homens voluntários que assumem de livre vontade uma nobre, difícil e perigosa missão, deixo, mais uma vez, à consideração de V.ª Ex.ª esta questão e uma eventual resposta aos nossos ofício
Grato pela atenção dispensada, com os melhores cumprimentos 
Com os melhores cumprimentos,
O Presidente da Direcção
 (João Silva, Dr.)"




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