quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

MENINA....

(Imagem da Web)


MENINA…


Menina…
Tu que corres em busca de um tempo perdido,
como a onda que se forma lá longe no horizonte,
 cavalgando, é empurrada pelo vento aguerrido,
passas por tudo e todos a atravessar uma ponte,
manténs a esperança de um mártir sofrido,
que um dia se alavancou ao cimo do monte,
subiu, escorregou, caiu e ficou muito ferido
e passou a beber da mágoa como de uma fonte;
Menina…
És tão terna quando embrulhada num abraço,
tão apartada quando estás na distância vazia,
insegura a caminhar na rua em desembaraço,
és um barquinho de papel a navegar na maresia,
a folha que no Outono voa movida pelo cansaço,
calcada por uns, amada por poucos, sem alegria,
afinal, o que queres tu desta vida, deste espaço,
define-te, deixa de ser sombra, de ser acrobacia;
Menina…
Carrega contigo o sonho de dormir acordada
numa qualquer noite de montanhas de luar,
naquela cidade costeira muito afeiçoada
onde as rimas são encadeadas pelo mar,
e lá nas nuvens a Lua, meio envergonhada,
só mostra meia-face, quase pronta a chorar,
ficará para sempre a tua alma soterrada
em fios de prata dourada na areia a brilhar.

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