(Imagem da Web)
MENINA…
Menina…
Tu que corres em busca
de um tempo perdido,
como a onda que se
forma lá longe no horizonte,
cavalgando, é empurrada pelo vento aguerrido,
passas por tudo e
todos a atravessar uma ponte,
manténs a esperança de
um mártir sofrido,
que um dia se
alavancou ao cimo do monte,
subiu, escorregou,
caiu e ficou muito ferido
e passou a beber da
mágoa como de uma fonte;
Menina…
És tão terna quando
embrulhada num abraço,
tão apartada quando
estás na distância vazia,
insegura a caminhar na
rua em desembaraço,
és um barquinho de
papel a navegar na maresia,
a folha que no Outono
voa movida pelo cansaço,
calcada por uns, amada
por poucos, sem alegria,
afinal, o que queres
tu desta vida, deste espaço,
define-te, deixa de
ser sombra, de ser acrobacia;
Menina…
Carrega contigo o
sonho de dormir acordada
numa qualquer noite de
montanhas de luar,
naquela cidade
costeira muito afeiçoada
onde as rimas são
encadeadas pelo mar,
e lá nas nuvens a Lua,
meio envergonhada,
só mostra meia-face,
quase pronta a chorar,
ficará para sempre a tua
alma soterrada
em fios de prata
dourada na areia a brilhar.
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