LEIA AQUI O DESPERTAR DESTA SEMANA
Esta semana deixo os textos "O COMÉRCIO A ENTRAR EM PÂNICO; e "AINDA SE ESCREVEM CARTAS DE AMOR"
O COMÉRCIO A ENTRAR EM PÂNICO
São
17h00 desta terça-feira, 10 de Dezembro. Nas ruas estreitas da Baixa o ambiente
é desolador, de uma pavorosa atmosfera desprovida de transeuntes. Quem mais se
vê a calcorrear a calçada são idosos com sacos na mão de uma qualquer grande
superfície. As lojas estão completamente vazias e os donos estão à porta como
se tentassem vislumbrar um futuro que não se antevê. Nas ruas largas, Sofia,
Visconde da Luz e Ferreira Borges o movimento de pessoas é contínuo. Será que
nestas artérias movimentadas é diferente? Fui tentar saber como se sentem os
comerciantes do Centro Histórico. Falei com dois. A pergunta foi lançada assim:
Como
é que estão a decorrer as vendas nesta quadra de Natal? Vamos ouvir:
Rosa Maria, de 51 anos, proprietária da loja Belíssima, na Rua Eduardo Coelho,
essencialmente com artigos de lingerie
em marcas de grande qualidade, respondeu assim: “Muito mal! Nem menos de metade do ano passado. As pessoas
obsessivamente pretendem o mais barato. Procuram por todos os meios esmagar o
preço. Por muito baixo que se faça acham sempre caro. A Primark deu cabo de
nós, de toda a Baixa. E sobretudo do meu negócio, cujas roupas interiores são o
meu forte. Os clientes estão sempre a comparar o meu preço com aquela grande
superfície. Hoje, no comércio, por parte do cliente vale tudo. Sinto-me
ofendida na minha dignidade. As pessoas não querem saber de nós. Trabalhamos de
segunda a domingo e elas não aparecem. Depois há coisas que me tiram do sério.
Por exemplo as iluminações foram tardiamente colocadas e as ornamentações
ficaram todas concentradas nas ruas largas. Olha aqui a nossa rua! Nem um único
arco para amostra! Sinto-me excluída por parte da APBC, Agência para a Promoção
da Baixa de Coimbra, e da Câmara Municipal. Por parte dos políticos, como
sempre, em campanha prometem tudo e depois é o que se vê!
Sinto-me frustrada. Faço tudo para cativar o cliente mas ele não vem.
Por mais que me esforce, parece que nada o atrai. Ainda não estou deprimida,
mas sinto-me desalentada. Vou para casa e implico com tudo. Reajo sem paciência
à mínima contrariedade. Não durmo bem. Se acordar a meio da noite conto
carneirinhos na passagem das horas até ao amanhecer. Vejo o futuro muito
tremido, mas não desisto. Cá continuarei na luta. Sou uma combatente! Sempre
serei assim até ao fim dos meus dias!”
E NA RUA LARGA? COMO É QUE É?
Arménio Pratas, de 65 anos, proprietário da Sofimoda, demais conhecido na Rua da
Sofia, quase dispensa apresentações. À mesma pergunta, “Como é que estão a decorrer as
vendas nesta quadra de Natal?”, respondeu assim: “O pior possível! Era inimaginável prever uma coisa assim! O que está
acontecer são quebras colossais nas vendas! Pouca gente a circular na Baixa. E
os que entram no meu estabelecimento procuram obter grandes descontos. Sente-se
um esmifrar até ao tutano por parte do cliente. No geral, todos tentam comprar
pelo mais baixo preço possível. Assim, como é que consigo ganhar dinheiro para
pagar a mercadoria? Bem sei que esta assustadora quebra de vendas tem uma
causa: quebra de rendimentos nas famílias, com os consequentes cortes nos
subsídios, sobretudo na função pública que era o nosso melhor freguês.
Contrariamente ao dito pelos ministros que falam em crescimento económico,
sinto que estamos muito próximo da deflação. Eles, membros do Governo, que
venham cá! Venham para a rua e auscultem o pulsar do povo.
Sinto que não tenho capacidade de resistência… porque não vendo! Quando
caminho para a loja, de manhã, venho desmotivado e, diariamente, penso se
valerá a pena continuar nesta aflição. Apetece-me fugir para longe e largar
tudo. Já não tenho idade para emigrar, mas quero sair daqui. É frustrante
sentir que tanto me esforcei e não valeu a pena! Não tenho dúvida que ando
deprimido, sem esperança e sem futuro. Não durmo regularmente e, no pouco tempo
que acontece fechar os olhos, acordo em pânico. Cada dia é um peso enorme. É
como se sentisse o mundo nos meus ombros!”
E O QUE DIZ ARMINDO GASPAR?
Armindo Gaspar, presidente da APBC, Agência
para a Promoção da Baixa de Coimbra, acerca das iluminações natalícias, refere
o seguinte: “Bem sei que as ornamentações
foram colocadas muito em cima, mas tal atraso deveu-se ao facto de ter havido
eleições autárquicas recentemente. Não me cabe defender o executivo camarário,
mas o que sinto é um grande envolvimento da parte dos seus membros. Há uma
enorme vontade de se fazer alguma coisa, obviamente, gastando o menos possível
–o que entendo. Da coligação anterior havia uma verba cabimentada de 12,500 euros
para as ornamentações. A direção da APBC, fazendo o que lhe cabe, tentou
reivindicar o máximo de ruas abrangidas. Conseguimos que o montante subisse
para 14,500 euros, totalmente cobertos pela autarquia. A Agência, dentro dos
poucos meios que dispõe, está nesta quadra a atuar em parceria com a edilidade.
Somos nós que suportamos integralmente a sonorização. Algumas atividades, como
os carritos na Praça 8 de Maio e as festas do fim de ano são em parceria. De
qualquer modo, a APBC investe mais de 5000 euros para alegrar e animar as ruas
da Baixa.”
AINDA SE ESCREVEM CARTAS DE AMOR
“Meu amor, estou muito feliz hoje, cheia de alegria por saber que estás
a festejar mais um aniversário. Quero desejar tudo de bom para ti. Que
continues sendo esse encanto de pessoa que me conquistou, que mexe
profundamente comigo, e me faz feliz. Quero dizer-te que me sinto muito bem por
estar a teu lado.
Que sejas sempre feliz, realizando os teus sonhos e que eu esteja junto
de ti aplaudindo de pé as tuas vitórias. Outros aniversários virão. Quero
compartilhar contigo momentos e sonhos continuando a amar-te.
Parabéns! O aniversário é teu. Bem sei que estou a roubar um pouco
desta tua felicidade, dessa sensação boa que tu fazes em mim. Mas eu não
poderia calar este sentimento, este fogo que arde e me consome as entranhas.
Que bom que é ter um amor como o teu!
Que este dia te traga alegrias, satisfação e projetos para o futuro.
Obrigado, meu querido, por partilhar contigo esta efeméride tão importante.
Amo-te muito! Peço-te que me olhes e me aceites como tua companheira a
percorrer os caminhos da nossa vida em direção da felicidade.
Feliz aniversário.
Amo-te muito, Sol da minha vida.
Liliana Rodrigues”
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