(Imagem da Web)
Olá amigo Luís. De facto era
minha intenção escrever-te antes de ir aí de férias, mas estava nos meus planos
fazê-lo lá mais para diante. Depois de ter lido o artigo no teu blogue com o título “Elegia
ao homem do café”, 1 e 2, pensei, não posso deixar de comentar tudo aquilo que
ele escreveu.
Primeiro, tu não identificas o
protagonista da “estória”, mas tudo me leva a crer que sejas tu. Segundo, ressalvando
algumas poucas coisas que lá estão escritas, eu ficaria bem como actor
secundário nesse filme pois isso é quase um retrato fiel daquilo que se tem
passado comigo ao longo da minha vida. Essa “estória” tem muita coisa em comum comigo:
a idade da pessoa que descreves é quase igual a minha; aquilo por que eu tenho
passado, enquanto dono e ao mesmo tempo trabalhador no meu bar, retrata exactamente
tudo que lá esta escrito; e a falta de tempo para a nossa “cara-metade”. Mas,
sobretudo e especialmente, para os filhos foi de facto uma falha que eu tive
muitas vezes; não porque quisesse ou gostasse, mas porque a vida da restauração
não me permitia fazer melhor. Por último, a coincidência de eu também ter dois
filhos, um com trinta e um anos e o outro um pouco mais novo. O mais
velho, igualmente, também passou por uma fase muito difícil com uma depressão
muito forte e que, nessa altura, se tornou muito complicado para nós, pais.
Ah, já me esquecia, por
muitas daquelas coisas que passou o protagonista da “estória”, enquanto criança
e com os progenitores, eu também passei. Já li muitos artigos teus, mas não
recordo nenhum que me marcasse tanto como este. Obrigado, amigo Luís, sem
querer, fizeste-me viajar no tempo.
Um abraço, e até
breve.
PS: Se todos os homens ganhassem
o que mereciam não havia falta de dinheiro no mundo.
Ilídio Ferreira Lopes
Philadelphia, USA
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