quinta-feira, 7 de junho de 2012

UM COMENTÁRIO VINDO DA TERRA DO TIO SAM

(Imagem da Web)



 Olá amigo Luís. De facto era minha intenção escrever-te antes de ir aí de férias, mas estava nos meus planos fazê-lo lá mais para diante. Depois de ter lido o artigo no teu blogue com o título “Elegia ao homem do café”, 1 e 2, pensei, não posso deixar de comentar tudo aquilo que ele escreveu.
Primeiro, tu não identificas o protagonista da “estória”, mas tudo me leva a crer que sejas tu. Segundo, ressalvando algumas poucas coisas que lá estão escritas, eu ficaria bem como actor secundário nesse filme pois isso é quase um retrato fiel daquilo que se tem passado comigo ao longo da minha vida. Essa “estória” tem muita coisa em comum comigo: a idade da pessoa que descreves é quase igual a minha; aquilo por que eu tenho passado, enquanto dono e ao mesmo tempo trabalhador no meu bar, retrata exactamente tudo que lá esta escrito; e a falta de tempo para a nossa “cara-metade”. Mas, sobretudo e especialmente, para os filhos foi de facto uma falha que eu tive muitas vezes; não porque quisesse ou gostasse, mas porque a vida da restauração não me permitia fazer melhor. Por último, a coincidência de eu também ter dois filhos, um  com trinta e um anos e o outro um pouco mais novo. O mais velho, igualmente, também passou por uma fase muito difícil com uma depressão muito forte e que, nessa altura, se tornou muito complicado para nós, pais.
Ah, já me esquecia, por muitas daquelas coisas que passou o protagonista da “estória”, enquanto criança e com os progenitores, eu também passei. Já li muitos artigos teus, mas não recordo nenhum que me marcasse tanto como este. Obrigado, amigo Luís, sem querer, fizeste-me viajar no tempo.
Um  abraço, e até breve. 

PS: Se todos os homens ganhassem o que mereciam não havia falta de dinheiro no mundo.

Ilídio Ferreira Lopes
Philadelphia, USA


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