Hoje, cerca das 16h00, a rua
principal de Pereira do Campo foi pequena para acolher as centenas de amigos
que, na derradeira hora, quiseram acompanhar o féretro do nosso companheiro António
Lemos.
O António, até meados da década de
1980, trabalhou cerca de 30 anos na antiga loja de miudezas José Augusto
Santiago, Lª, no Largo da Freiria –onde hoje se encontra o “Encanto da Freiria-
e cerca de mais uns 15 na Probar. Aparentemente, não fosse umas dores na anca
que o martirizavam, dava e vendia saúde. Frequentava a secção de Karaté Shotokan
da Associação Académica de Coimbra, no Estádio Universitário, onde tinha
milhentos amigos e que estiveram presentes na última viagem, incluindo o mestre
José Arlindo.
O Lemos era um tipo sempre bem-disposto
e “reinadio”. Parecia que a felicidade morava no seu rosto continuamente. Hoje,
perante a consternação geral na Vila de Pereira, depois de um interregno
recente, que teria contribuído ou não, e que ainda se irá apurar, aos 62 anos
de idade, partiu sem ter tempo para se despedir dos mais chegados.
MAS, AFINAL, O QUE ACONTECEU?
Segundo o que corria por entre os
amigos da terra, e um que não conheço e pediu o anonimato, “há cerca de três
semanas o Lemos foi intervencionado no HUC, Hospitais da Universidade de
Coimbra, com uma pequena cirurgia à anca”. Ainda segundo esta alegação, “foi
mandado para casa em convalescença e acompanhado com um medicamento, o Bacterin
- cujos efeitos de cura são amplos, como, por exemplo, a osteoporose. Ainda tomando
em conta estas declarações anónimas, “acontece que este medicamento, em determinadas situações, tem efeitos
secundários e, ao serem prescritos ao Lemos, não teriam sido acautelados.
Passados uns dias, começou a sentir-se mal, foi à médica de família, esta ligou ao cirurgião dos HUC e teria sido
mandado de volta a casa sem ali ser detectado o que estava acontecer. Quando há
dias, porque piorou e já em último grau, retornou aos HUC –segundo a minha
fonte- já nada havia a fazer.”
HÁ NEGLIGÊNCIA MÉDICA?
Ainda segundo a minha fonte, “em
face de morte natural” ratificada na certidão de óbito, foi a família que,
perante o Ministério Público, requereu a autópsia. Sabe-se que o caso está em
averiguações no DIAP, Departamento de Investigação e Acção Penal.
Salienta-se o facto anormal de o
caixão não ter sido aberto nem para a família se poder despedir com um último beijo.
OS SPORTINGUISTAS FICARAM MAIS
POBRES
O féretro, entre a capela mortuária
e o cemitério da vila, numa distância de dois quilómetros, foi percorrido a pé.
Em frente ao Núcleo Sportinguista de Pereira, em que o Lemos foi sócio
fundador, foi guardado um minuto de silêncio e seguido de uma grande salva de
palmas.
À família enlutada, nesta hora de
grande tristeza, os sentidos pêsames dos atletas do Karaté, e dos muitos amigos
comerciantes que o Lemos tinha aqui na Baixa de Coimbra. Para ele, que partiu,
numa singela homenagem, uma grande salva de palmas. Até sempre, meu amigo.
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