Conheço a Teresa Carvalho há
muitas décadas, ainda do tempo em que era funcionária auxiliar dos HUC. Ultimamente, volta
e meia, vou dar com ela a vender umas quinquilharias baratinhas, a cerca de um
euro, ali junto às Escadas de São Tiago.
-Olá, Teresa, como está?! –cumprimento-a.
Então? Está a ver se escoa umas coisas que tem a mais e faz uns trocos? –Interrogo.
-Sim, preciso muito, sabe?
-Então, mas você já está
reformada, não está?
-Estou sim. Já tenho 67 anos.
Mas, sabe, meti-me numas coisas e que atempadamente não pude resolver e agora,
todos os meses, sai uma parte do meu vencimento. Depois deste desconto fico com
pouco mais de 500 euros…
-Mas eu já tenho reparado que
você apresenta aqui uns trabalhitos em madeira. É você que faz?
-Não, é o meu marido. Ele tem
muito jeito para fazer estas coisas. Diga-me lá, não era para haver uma feira,
todos os domingos, no largo do Bota-abaixo? Disseram-me que ia haver. Você sabe
de alguma coisa? É que fazia-nos tanto jeito…
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