sábado, 30 de junho de 2012

DRAMAS ALHEIOS EM GENTE DE NÓS




 Conheço a Teresa Carvalho há muitas décadas, ainda do tempo em que era funcionária auxiliar dos HUC. Ultimamente, volta e meia, vou dar com ela a vender umas quinquilharias baratinhas, a cerca de um euro, ali junto às Escadas de São Tiago.
-Olá, Teresa, como está?! –cumprimento-a. Então? Está a ver se escoa umas coisas que tem a mais e faz uns trocos? –Interrogo.
-Sim, preciso muito, sabe?
-Então, mas você já está reformada, não está?
-Estou sim. Já tenho 67 anos. Mas, sabe, meti-me numas coisas e que atempadamente não pude resolver e agora, todos os meses, sai uma parte do meu vencimento. Depois deste desconto fico com pouco mais de 500 euros…
-Mas eu já tenho reparado que você apresenta aqui uns trabalhitos em madeira. É você que faz?
-Não, é o meu marido. Ele tem muito jeito para fazer estas coisas. Diga-me lá, não era para haver uma feira, todos os domingos, no largo do Bota-abaixo? Disseram-me que ia haver. Você sabe de alguma coisa? É que fazia-nos tanto jeito…

Sem comentários: