sábado, 30 de junho de 2012

UMA ARTISTA NA NOSSA RUA: A ABADESSA



 Quantos de nós já a ouvimos, e vimos, a tocar extraordinariamente bem concertina nas ruas largas, de Visconde da Luz e Ferreira Borges? Quantos de nós, nessa altura, não demos conta  e até comentámos com nossos botões: “é pá!, esta miúda tem talento! Toca bem que se farta!”
É a Cláudia Alves -sem pretender ofendê-la, vou batizá-la de “Abadessa”, pelas suas permanentes saias compridas e parecenças com uma mulher da Idade Média-, é estudante de jornalismo e, naturalmente como todos nós, precisa de trabalhar para fazer face às despesas porque a vida não está fácil para ninguém e muito menos para estudante. Aprendeu há cerca de um ano, sozinha, a tocar concertina. Como gosta tanto de música, e sobretudo do instrumento a que se dedicou, evoluiu rapidamente e agora até já faz parte do conjunto “Urtigas”, um outro grupo de foles que, para nosso contentamento, também costuma estar a tocar junto ao Arco de Almedina. Posso dizer que, tal como a Cláudia a solo, esta associação de músicos é um encanto para os nossos ouvidos ouvir as suas composições –e tanto quanto sei, um  dia destes vão gravar um cd de originais.
Voltando à Cláudia, ainda bem que, com a sua sublime música, alegra os nossos corações. Havia uma lacuna por preencher já há vários anos e desde que a “Edith Piaf da Caçada” nos trocou pelo Porto. Para a Patrícia, que faço votos para que esteja bem, daqui lhe envio um beijo de saudade. Felizmente que as nossas ruas, graças a pessoas como a Cláudia, a Patrícia e tantos outros de que vou falando aqui, continuam a ser “enfeitadas” com estas melodias que nos entram directamente na alma.
Gostava só de chamar a atenção de que é preciso mostrar apreço pelos artistas da nossa rua. Se puder, dê-lhes um pequeno contributo monetário e, já agora, sorria, sorria para eles. É importante mostrar-lhes o quanto lhes estamos gratos por, sem ordenado contratualizado, trabalharem para todos nós.
Uma grande salva de palmas para a Cláudia Alves, a nossa “Abadessa”, aqui em representação de todos os que mostram a sua criatividade, em arte, na rua.

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