Pelas 16h30, no Salão Brazil, foi
apresentada uma conferência de imprensa promovida pela Confederação Portuguesa
das Micro Pequenas e Médias Empresas (CPPME).
Perante vários jornalistas da imprensa escrita e falada –no caso
a antena 1- foi espelhado pela mesa de painel o momento aflitivo que os
comerciantes estão a passar.
Por parte de Pedro Soares,
presidente da CPPME, foi dito que as leis do licenciamento de 2004 e a de 2009
foram catastróficas para o comércio tradicional. Sobretudo esta última, que
retirou o poder de discussão às associações de classe sobre o licenciamento de
novas áreas comerciais. “É uma pena!” –Lamentou. “O que se faz nos centros
comerciais, a nível de revitalização, deveria ser feito nas nossas ruas. Há que
trazer as marcas para as ruas, para o comércio, caso contrário, não vamos lá!
Se não formos todos juntos, porque somos muitos, não conseguiremos dar a volta
a esta situação. Reparem que já desapareceram as lojas de discos e as de
brinquedos. Estes sectores praticamente já não existem nas baixas das cidades.
Agora só nas grandes áreas. Enquanto houver um micro-empresário a vender um
parafuso a grande superfície não descansa.”
Pergunta o jornalista da Antena 1:
“falou do estacionamento. Neste caso, em Coimbra, a sua falta não se coloca
muito. Por outro lado, nas iniciativas, os comerciantes nem sempre estão
dispostos a colaborarem e estarem abertos até à meia-noite.”
Responde Pedro Soares: “há um
limite físico para poder aguentar. A maioria das lojas, hoje, já só está a
laborar com uma pessoa. Isto é um problema. É uma pescadinha de rabo-na-boca.
Este fogo não é só de agora…”
Atalha novamente o jornalista da
Antena 1: “mas os bombeiros, para esse fogo de que fala, não terão de ser os
próprios comerciantes?”
FALA QUIRINO
Quirino Adelino, da sapataria Trinitá,
como “cowboy insolente a sacar a pistola argumentativa”, disse: “eu sou
comerciante. O Belmiro Azevedo não é comerciante. Eu estou todos os dias ao
balcão. Foi um crime fechar ao trânsito as Ruas Ferreira Borges e Visconde da
Luz. Esta cidade foi liquidada pelas grandes superfícies. O Romeu (das
sapatarias) tem levado os clientes da Baixa para o Dolce Vita. O Coutinho, das
sapatarias Valise, tem 4 lojas encerradas na Baixa” –corrijo o meu amigo
Quirino: tem apenas três, agora. No entanto, saliento, não é menos significativo.
ARMÉNIO PEDE TEMPO
Arménio Pratas, representante na
Baixa do Núcleo da CPPME, comerciante e proprietário da Sofimoda, disse o
seguinte: “nós estamos a pedir para nos darem tempo para sobrevivermos. Tempo
para pagar –estamos a pedir ao Fisco que nos deixe sobreviver. Fala-se do
estacionamento gratuito, mas essa não é a questão.”
FALA PRESIDENTE
Pedro Soares, presidente da CPPME,
enfatizou: “os pequenos comerciantes precisam de clientes. AS empresas estão
completamente descapitalizadas. A nossa proposta é que a CGD, Caixa Geral de
Depósitos, se assuma como alternativa à banca privada e conceda crédito às
pequenas e médias empresas.”
PERGUNTA JORNALISTA
Francisco Fontes,
jornalista da Lusa, formulou a seguinte questão: “que percentagens de
comerciantes estão em incumprimento com as Finanças?"
RESPONDE ARMÉNIO PRATAS
"Ao certo não posso dizer, mas
tenho falado com colegas e sei que é assustador. E mais: é transversal aos
nossos fornecedores de grandes marcas. Devido a este problema em cadeia, pela
falta de poder de compra, também eles estão com grandes dificuldades…”
QUIRINO ASSUME-SE
"Eu tenho problemas com a
Segurança Social e com o Fisco. Não tenho vergonha de o dizer…”
ARMÉNIO MANDA UM TIRO: MÁ SINA
SER COMERCIANTE
“Eu sei que há fornecedores que
não vão entregar as colecções de Outono/Inverno, porque também não conseguem
fazer face às suas dificuldades financeiras.
O Comércio é o maior empregador a
nível nacional e o mais maltratado de todos os sectores”
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