sexta-feira, 22 de junho de 2012

UMA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA NO SALÃO BRAZIL


 Pelas 16h30, no Salão Brazil, foi apresentada uma conferência de imprensa promovida pela Confederação Portuguesa das Micro Pequenas e Médias Empresas (CPPME).
Perante vários jornalistas da imprensa escrita e falada –no caso a antena 1- foi espelhado pela mesa de painel o momento aflitivo que os comerciantes estão a passar.

Por parte de Pedro Soares, presidente da CPPME, foi dito que as leis do licenciamento de 2004 e a de 2009 foram catastróficas para o comércio tradicional. Sobretudo esta última, que retirou o poder de discussão às associações de classe sobre o licenciamento de novas áreas comerciais. “É uma pena!” –Lamentou. “O que se faz nos centros comerciais, a nível de revitalização, deveria ser feito nas nossas ruas. Há que trazer as marcas para as ruas, para o comércio, caso contrário, não vamos lá! Se não formos todos juntos, porque somos muitos, não conseguiremos dar a volta a esta situação. Reparem que já desapareceram as lojas de discos e as de brinquedos. Estes sectores praticamente já não existem nas baixas das cidades. Agora só nas grandes áreas. Enquanto houver um micro-empresário a vender um parafuso a grande superfície não descansa.”

Pergunta o jornalista da Antena 1: “falou do estacionamento. Neste caso, em Coimbra, a sua falta não se coloca muito. Por outro lado, nas iniciativas, os comerciantes nem sempre estão dispostos a colaborarem e estarem abertos até à meia-noite.”

Responde Pedro Soares: “há um limite físico para poder aguentar. A maioria das lojas, hoje, já só está a laborar com uma pessoa. Isto é um problema. É uma pescadinha de rabo-na-boca. Este fogo não é só de agora…”

Atalha novamente o jornalista da Antena 1: “mas os bombeiros, para esse fogo de que fala, não terão de ser os próprios comerciantes?”

FALA QUIRINO

Quirino Adelino, da sapataria Trinitá, como “cowboy insolente a sacar a pistola argumentativa”, disse: “eu sou comerciante. O Belmiro Azevedo não é comerciante. Eu estou todos os dias ao balcão. Foi um crime fechar ao trânsito as Ruas Ferreira Borges e Visconde da Luz. Esta cidade foi liquidada pelas grandes superfícies. O Romeu (das sapatarias) tem levado os clientes da Baixa para o Dolce Vita. O Coutinho, das sapatarias Valise, tem 4 lojas encerradas na Baixa” –corrijo o meu amigo Quirino: tem apenas três, agora. No entanto, saliento, não é menos significativo.

ARMÉNIO PEDE TEMPO

Arménio Pratas, representante na Baixa do Núcleo da CPPME, comerciante e proprietário da Sofimoda, disse o seguinte: “nós estamos a pedir para nos darem tempo para sobrevivermos. Tempo para pagar –estamos a pedir ao Fisco que nos deixe sobreviver. Fala-se do estacionamento gratuito, mas essa não é a questão.”

FALA PRESIDENTE

Pedro Soares, presidente da CPPME, enfatizou: “os pequenos comerciantes precisam de clientes. AS empresas estão completamente descapitalizadas. A nossa proposta é que a CGD, Caixa Geral de Depósitos, se assuma como alternativa à banca privada e conceda crédito às pequenas e médias empresas.”

PERGUNTA JORNALISTA

Francisco Fontes, jornalista da Lusa, formulou a seguinte questão: “que percentagens de comerciantes estão em incumprimento com as Finanças?"

RESPONDE ARMÉNIO PRATAS

"Ao certo não posso dizer, mas tenho falado com colegas e sei que é assustador. E mais: é transversal aos nossos fornecedores de grandes marcas. Devido a este problema em cadeia, pela falta de poder de compra, também eles estão com grandes dificuldades…”

QUIRINO ASSUME-SE

"Eu tenho problemas com a Segurança Social e com o Fisco. Não tenho vergonha de o dizer…”

ARMÉNIO MANDA UM TIRO: MÁ SINA SER COMERCIANTE

“Eu sei que há fornecedores que não vão entregar as colecções de Outono/Inverno, porque também não conseguem fazer face às suas dificuldades financeiras.
O Comércio é o maior empregador a nível nacional e o mais maltratado de todos os sectores”


Sem comentários: