Boa noite, amigo Luís.
Ao ler o seu post sobre o casamento homossexual dei por mim a pensar se sou a favor ou contra, e não cheguei a nenhuma conclusão. Uns dizem que «é lá com eles» e «cada um faz o que quer». Outros que «é uma vergonha» ou «no meu tempo não era nada disto». Todos, apesar das opiniões antagónicas, têm razão. Isso é um facto.
É uma verdade que num estado democrático cada um não seja livre de agir e expressar-se como quiser, aplicando a célebre máxima de que a nossa liberdade acaba quando começa a dos outros. Também é igualmente verdade que noutros tempos não era assim. As situações e as circunstâncias alteraram-se, fazendo com que determinadas posições, outrora actuais, sejam presentemente desadequadas. A isto chama-se, normalmente, evolução. Neste caso, não sei bem se "evolução" é a palavra indicada.
No caso em análise, um homem pode casar com outro homem, por exemplo. Fica muito bem dizer que cada um faz o que quer, que o problema é dele. É ser moderno, é ser de esquerda democrática e progressista. E assim se conseguem mais uns votos, defendendo as minorias. Esta manobra politica é aplicada noutras questões sensíveis, como a liberalização do consumo de drogas, por exemplo. Sem olhar a meios e, principalmente, às consequências destas tomadas de posição politicas caso se tornem legais juridicamente. As consequências políticas serão tratadas posteriormente, não interessam no momento. O que interessa é passar a mensagem de que eles estão do lado das minorias, sejam étnicas, raciais, religiosas ou de opção sexual. Tudo em nome de um punhado de votos. E tem resultado! Veja-se os “scores” eleitorais do Bloco de Esquerda (BE), têm subido de uma forma constante tanto em percentagem como em número de mandatos parlamentares, sendo já um grupo com muita visibilidade. O meu receio é que em conjunto com outros, consigam fazer aprovar certas propostas deste género (veja-se que BE e PCP são quase 20%). É uma possibilidade, caso se confirme esta recente subida constante. Na já referida proposta da descriminalização do consumo de drogas (as leves já não são crime), caso se confirme esta intenção não quero nem pensar nas possíveis consequências a nível social, mas que interessa isso? Desde que se ganhe mais uns votos agora, depois vê-se o resto.
O que é engraçado, é que nos regimes onde estes partidos de esquerda são poder, estas minorias, que supostamente eles são os únicos a defender, são cruelmente perseguidas. Constata-se que para além dos traficantes, os consumidores de droga são brutalmente castigados. Os homossexuais não existem. São sociedades perfeitas. Quando surge algum caso de sexualidade «anormal» ela é prontamente escondida do resto da comunidade.
Voltando ao assunto inicial, depois desta generalização, verifico que não sou muito moderno, apesar dos meus 37 anos. È que, correndo o risco de me chamarem homofóbico, também eu digo que é lá com eles, cada um sabe as linhas com se cose. Mas não me entra na cabeça um homem aos beijos a outro homem. Por exemplo eu vejo a foto da Marisa Matias na 1ª página do jornal (Diário as Beiras) e só me apetece...beijá-la. Veja-se que a referida beldade até é do BE, isto só confirma o meu sentido democrático. Gosto mais dela, sem a conhecer pessoalmente, do que outras senhoras da política assumidamente de direita como a Ferreira Leite, por exemplo.
Em conclusão: passando a redundância, não cheguei a nenhuma conclusão. Não sei se sou a favor ou contra. Uma coisa é certa, e ponto assente: a possibilidade que esta nova lei dá aos cidadãos deste país, esta prerrogativa, nunca será por mim usada. Certezinha absoluta! Antes tio para toda a vida!-já agora Luís sabia que sou um tio recente e babado? A minha sobrinha Constança nasceu no dia 25 de Abril, e esta?
Abraço.
Marco
2 comentários:
Bom dia Marco.
Acho que não é um problema de esquerda ou direita, para ser sincero, acho que são todos a mesma coisa, a diferença é que os que se dizem de esquerda assumem publicamente e os de direita não assumem. Tambem defendo que a opção é de cada um.Por acaso a minha filha mais velha nasceu no 1º de Maio.
Olá Jorge,é exactamente contra essas generalizações sem fundamento nenhum que me insurgo.Como é que afirma e pode provar que quem é de direita não assume posições e os de esquerda já o fazem?Mas existem outras ideias enraizadas que são totalmente mentira,como por exemplo que só os de esquerda têm preocupações sociais.Estas ideias de tanto repetidas quase que se tornam verdades.
Acerca de ser de direita ou esquerda,é uma questão interessante e vou escrever algo sobre a minha posição.Mas posso dizer-lhe desde já que tendo só estas duas posições para optar sou de direita sem qualquer dúvida,porque sou um verdadeiro democrata pluralista(atenção não estou a dizer que o Jorge não é democrata),e não tenha duvidas tenho preocupações sociais,porque estas preocupações não são exclusivas da esquerda.
Abraço,Marco
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