POLÍCIA MUNICIPAL MULTA AO AMANHECER

 O Café Flórido, no Largo das Ameias, cerca das 05H15 deste último sábado, presumivelmente, teria sido multado por agentes da Polícia Municipal, por estar aberto ao público antes do horário de funcionamento afixado na porta do estabelecimento.

 Indignada, sem conseguir conter a sua ira, está a funcionária do histórico café da Baixa de Coimbra, Rosária Oliveira. “Isto é um ultrage! Na semana da Queima das fitas, sempre fizemos isto. Ou melhor, eu que trabalho cá há mais de uma década, sempre me lembro de estar toda a noite aberto ao público. Este ano, mudando o costume anterior, optámos por abrir uma hora mais cedo, cerca das 05H00. Passariam cerca de 15 minutos depois, entraram aqui duas agentes daquela polícia, com uma arrogância indescritível –nem me cumprimentaram, nem se apresentaram como agentes-, disseram: “mostre-me o alvará do estabelecimento, a licença de publicidade e o horário de funcionamento”. Como só poderia mostrar o horário de funcionamento, que era das 06 às 24 horas e estava afixado na porta, disse que o patrão só chegava por volta das 08H00. Então um bocado com má vontade, como se eu fosse alguma criminosa, lá disseram: “tenham cá os documentos que passaremos cá depois”.

 Continuando a citar a dona Rosária, “Levaram todos os dados, incluindo um “tiquet” que retirei da máquina registadora. Olhe, senhor Luís, fiquei fula. Só queria que visse a forma como me falaram. Era como se tivessem o rei dentro da barriga…assim a marcarem posição. Está a ver? Por que vieram embirrar connosco? Se eu até sei que, nesta altura da “Queima”,  na Baixa, há mais casas abertas, nomeadamente padarias que vendem toda a noite? E as “rolotes” que estão a funcionar toda a noite no outro lado do rio? Como é que é? Numa altura em que se deveria impulsionar as pessoas para trabalharem, porque as coisas estão muito más, vêm estas senhoras agentes –actuando de forma discricionária- multar-nos? Para fazerem segurança de noite, na Baixa, isso não! Mas para nos multarem, isso já podem actuar! Sinceramente…”