(FOTO DO JORNAL DE NOTÍCIAS)
Estive no Rock in Rio. Estou aqui que nem posso! Ai!, seja ceguinho se não é verdade! Dói-me tudo! Começa nos pés, vai subindo, devagarinho, por aí acima, paro nas canelas. Ai “Jasus!”, estão todas negrinhas! Continuo a subir para cima, passando a redundância, paro nas partes baixas, cá no “coiso”, vocês entendem-me. Ai, coitadinho do meu irmão, que sofreu tanto! Primeiro, no meio daquelas oitenta e tal mil pessoas, levou tanta compressão, que às vezes até pensava ser uma salsicha enlatada. Depois, coitadinha da criatura, eu estava logo na primeira fila, vocês já devem calcular o que é ver a Ivete Sangalo aos saltos…quer dizer, não era pelos saltos –porra, até me sinto inibido para explicar!- eram aquelas pernas, ai meu Deus! E depois, sabem o que era, a saíta dela era assim para o curtito, felizmente, digo eu! Resultado, mesmo sem querer –palavra que é verdade!, eu nem gosto nada de ver assim daqueles segredos íntimos das mulheres- estava sempre a ver as cuecas amarelas da Ivete, e depois punha-me a sonhar. Ai, mas que pernas, meu Senhor Criador do mundo. O que quero dizer, vejam lá se me entendem, perante uma visão daquelas, que era mais bonita que o Santo Padre a pregar em Fátima, o meu “coiso” parecia o mastro da bandeira Nacional, agora, quando foi a recepção ao Lula da Silva. O grave, coitadinho, que tive tanta pena dele –do meu aparelho, não é do presidente do Brasil!-, é que volta e meia levava tamanho “apertanço”, que até quase que se partia todo. A sério, ficou feito numa alheira de Mirandela, assim todo curvado em ferradura. Acho que durante uma semana nem posso fazer “xixi”!
Depois, ainda não me tinha refeito deste choque carnal, visual, porreiral, ó sei lá o quê, foi quando entrou o furacão, a Shakira. Ai, minha virgem nossa senhora! O meu coração começou a bater, “pum…pum…pum…pum”! Eu só conversava comigo próprio, em solilóquio –gosto desta palavra, que querem?-, tem calma “Toino”, não te deixes embalar nas vistas. Olha a tensão! Podes ter aqui algum ataque, um AVC, ó como é que isso se chama, mas eu alguma vez me ouvia? Eu estava completamente preso naqueles cabelos louros. Ai Senhora da Ascensão…me valha! Mas aquele umbigo, bem no centro do meu universo visual, não sei estou a ser claro. Ai meu Santantoninho de Lisboa, ajuda-me a acalmar meu coração!
Eu olhava para aquela imensa molhe de gente, louca, como eu, e pensava: isto está tudo marado, “Toino”, não tem concerto possível…concerto mental, não sei se estão a ver?! Não tem nada com o concerto da minha diva. Então, no meio daqueles gritos, daquela multidão hipnotizada na rapariga, eu, como tenho dois olhos, e não precisava de os ocupar na mesma coisa, coloquei um na Shakira –isso tinha de ser!- e outro naquele imenso maralhal e comecei a pensar: ó “Toino”, 81 mil pessoas, à média de 150 euros cada um, quanto é que dá? Mas, “carago”, ainda apalpei os bolsos das calças, mas não levava a calculadora. Ainda comecei a fazer contas de cabeça, mas comecei a patinar, parecia o Guterres em 1996, não sei se se lembram, se calhar não!, e desisti de atingir a soma total desta crise. Desta crise? Eu escrevi crise? Qual crise? Há por aqui alguma crise? Só se for da Roberta Medina, coitadinha, que é uma carinha laroca, caiu do cavalo e magoou-se. Crise, só for dela, Ai, Deus queira que se restabeleça depressa. Gosto tanto da Roberta…
Estou todo partidinho. Juro que é verdade, nem me apetece escrever coisas sérias. A minha mão, de tanto estar a acariciar o meu corpinho, está cansadinha de todo e só lhe dá para o disparate…
2 comentários:
Luis,
Ainda não parei de rir, nossa! como voce sofreu!
Texto maravilhoso, descontraido e não sabia que frequentavas este tipo de "concerto", tem que ter muita disposição,paciência e saúde.
Parabéns pela proeza!
Obrigada, Nilza. Tento levar a escrita, nalguns casos, a rir.
Muito agradecida mesmo. Você é um amor.
Um beijo deste lado do mar.
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