Ontem, como era Segunda-feira, como já é costume, dei uma volta pelas estações, e às tantas, vi que já não havia comboios daqueles de antigamente, assim do tipo do “Expresso do Oriente”, vai daí, já estava um em andamento, que dizia “Prós e Contras”, e entrei. Nem de propósito, então não é que encontrei lá a senhora dona Fátima Ferreira? Pois era. Gosto da senhora, que querem? Gostos não se discutem, pronto! Toda a gente sabe que os gostos são como a roupa, vão-se adaptando consoante o corpo. O que quero dizer com isto? Interrogou? Olhe queria dizer que eu gostava era de gostar da Bruna Real…não sei se sabem quem é! Não sabem? Eu explico, é a mulher do Norte, que, sem grande dificuldade, põe o pessoal todo em pé. Sim eu disse bem o “pessoal”! Os homens, claro calcula-se porquê, e as mulheres também porque têm medo que, tal como em Bragança, esta malvada leve os maridos todos atrás e ainda acabe tudo à cornada.
Não sei se fui claro, se calhar não. Queria dizer, então que os gostos, pela força das circunstâncias vão mudando. Contrariamente ao que se pensa, é o homem que se adapta ao gosto e não o gosto que se cola ao homem. Se calhar estou a complicar muito a coisa, não estou? Pronto, mas já percebeu porque é que eu gosto da dona Fátima Campos Ferreira? Já, ou não? Porra!, que você é mesmo uma moca dura.
Continuando, então, ontem, entrei no “Prós e Contras”. Eu nem sabia para onde era a viagem. Mas eu queria lá saber! Eu só queria mesmo era fugir daqui. Então, o destino era um cruzeiro de circum-navegação à volta da economia, com paragem nos apeadeiros das grandes obras públicas. Disse cá para mim: “ó pá, ó Toino, isto até pode ser interessante. Pode ser até que aprendas alguma coisa. Os viajantes do trem das 22 são todos gente fina. Doutores de gravata que tratam a alta finança por tu. Assim, do mesmo modo, quase como tu tratas o teu “economês” cá no teu bordel”. Sim, porque aqui, nesta coisa da “penaichada” não há crise nenhuma. É sempre a aviar. Eu não tenho é material de qualidade. As trabalhadoras são as mesmas desde há trinta anos. A clientela quer mais e melhor, mas, que querem? É uma dificuldade do caraças! Valia mais legalizarem a “trancada”…e pronto! Assim não, uma pessoa, para não se meter em complicações com a ASAE, tem de continuar com o mesmo material. Se mete artigo da “estranja”…não deve, porque há que evitar as importações. Então, não sei se estou a ser claro, se calhar não? Olhe deixe lá, isto também é escrita da treta. Já nem sei porque é que estava a contar isto. Ai é verdade! Já sei.
Então, lá no programa, não é que vi o Octávio Teixeira, do PCP, enroscado, salvo seja, com o Nogueira Leite, do PSD? Não sei estão a ver a coisa? Assim os dois numa marmelada descarada, a partilharem das mesmas ideias. Eu seja ceguinho se não me benzi. Ai “Jasus”, exclamei alto! Tão alto, que até a minha vizinha, a Francelina veio à janela -não sei se conhecem, aquela gaja boa, que quando vai na rua até os passarinhos começam a assobiar para o ar. Já estão a ver? Não? Deixem lá, também não interessa nada!
Continuando, eu até estava aparvalhado com aquilo. Palavra. Não sei se estão a ver, mas apreciar o PCP a comungar das ideias do PSD é o mesmo que ver Deus e o Diabo a beberem um copo na tasca do “ti” João do Beco dos Prazeres.
Aquela gente estava toda doidinha, só podia. Foi então que olhei para o outro lado e não é que vi o Basílio Horta, esse mesmo, do CDS/PP, enroscado, salvo seja, ao ministro Vieira da Silva? Ó pá!, que pouca vergonhice! Juro que é verdade, aquilo era mesmo uma “rameirice” que nem conto. Era tanta luxúria, tanto “apalpanço” verbal, salvo seja, que até o ministro ficou vesgo. Eu seja ceguinho. E o problema é que a senhora Fátima Ferreira olhava para aquele “enroscanço” desavergonhado e não dizia nada. Porra! Como não percebia nada daquilo, fui mas é dormir…
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