quarta-feira, 19 de maio de 2010

10º ASSALTO SEM VITÓRIA NA TELEVISÃO




 Esta noite, nesta roleta de feira em que se transformou o Centro Histórico, calhou a vez de ser assaltada a Lavandaria Tricana, na Rua da Gala.
 Como praticamente quase não há moradores naquela artéria da Baixa, e junto à Loja do Cidadão, ninguém sabe ao certo a hora da intrusão. O que se sabe é que poucos minutos antes das 9H00, a Elsa, a empregada, quando se preparava para colocar a chave na ranhura da fechadura, reparou que, para além de estar só encostada, a porta tinha sido violada com grande violência, presumivelmente recorrendo a um pé-de-cabra.
 Segundo a proprietária, a Isabel Margarida, levaram um computador grande. Pelo menos era o que tinham dado falta até ao momento em que os visitei. De repente, grita a Elsa: “olha, levaram também o telemóvel que estava aqui na prateleira!”.
Para a Isabel, que herdou o negócio dos pais há cerca de cinco anos, no estabelecimento é a primeira vez que está a ser assaltada. Embora na sua residência já o foi uma vez. Foi traumático. “sabe o que é uma pessoa saber que andaram estranhos a mexerem nas nossas coisas? Uma pessoa limpa, limpa, mas é como se as suas impressões digitais ali permanecessem para sempre. É horrível!”, vai-me dizendo. “Aqui, na loja, olhe, o que é que havemos de fazer? São os tempos que vivemos! É certo que isto é um negócio –comparando com a sua casa familiar-, mas é frustrante. Anda uma pessoa a trabalhar para nada! E sabe o que é pior? São os estragos avultados. Olhe, nem sei que lhe diga, por mais que, aparentemente, tente passar por cima disto, estou fragilizada. Começo a questionar, o que faço aqui?”, desabafa a Isabel Margarida com algum desânimo prostrado no rosto.
 Foi comunicado o roubo à PSP.
 Lembro que, desde a implantação das câmaras de vídeovigilância em 15 de Dezembro último, este é o 10º assalto nocturno na Baixa. Embora já o questionasse na Assembleia Municipal, na última reunião, todos os comerciantes devem continuar a interrogar-se para que serviu um investimento camarário, do erário público, de cerca de 200 mil euros? Pode o presidente da autarquia, Carlos Encarnação, passar a bola para o comando da PSP, uma coisa é certa: pelos princípios da Transparência e da Segurança, uma destas entidades tem obrigação de prestar um esclarecimento público aos comerciantes e moradores do Centro Histórico. Esta apatia, este laxismo, este deixa correr, pelo respeito que nos devem merecer estas duas instituições, não podem continuar no silêncio. Alguém tem de ser responsável!

3 comentários:

Jorge Neves disse...

Mais do mesmo. Esta mesmo a combidar a melicias populares, depois digam que o povo e sereno e que nada tememos

João Braga disse...

"...Esta apatia, este laxismo, este deixa correr, pelo respeito que nos devem merecer estas duas instituições, não podem continuar no silêncio. Alguém tem de ser responsável!"

"Bocejo, bocejo, bocejo"

Jorge Neves disse...

Estou com a sensação que o seu satelite transmite imagens do futuro, espero que tenha verificado mal, senão esta noite vai haver um assalto na Baixa, no Beco de Santa Maria numa casa em reconstrução, aproveitando um andaime que lá se encontra, que por sinal ocupa o Beco todo, que permite o acesso a duas casas atraves das janelas. Espero que esteja enganado.