(FOTO DE LEONARDO BRAGA PINHEIRO)
Sinto este peso no peito,
que me mostra o pesar,
pareço ficar sem jeito,
não consigo controlar;
É um piano a dedilhar,
sonata em Ré menor,
uma guitarra a trinar,
rogando ao seu amor;
Deixa–me só, solidão,
não me faças escravo,
larga o meu coração,
leva-me até o centavo;
Se eu quero ter liberdade,
porque teimas em prender,
deixa ao menos a saudade
de nunca mais te poder ver;
Deixa-me passear na chuva,
fazer desenhos na areia,
imaginar a tua mão em luva,
ouvir o sino da minha aldeia;
Vai-te embora ó tristeza,
porque teimas em entrar,
podes ficar com a certeza,
de que nunca vais me dobrar;
Posso até recair e fragilizar,
mas não penses que venceste,
vou erguer-me e levantar,
podes crer, para mim morreste;
Deixa-me calcar a erva esverdeada,
beber do leito, água sempre a correr,
respirar a alegria da passarada,
deixa-me bailar até ao amanhecer;
Se passares por mim, olha a Lua,
não procures prender o meu olhar,
os meus olhos serão tristes, amargura,
procuram um Sol que os faça brilhar.
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