sábado, 25 de abril de 2015

LEIA O CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS...




Leia aqui o CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS desta semana.

Na página "OLHARES... POR COIMBRA E PELO PAÍS", na rubrica "NÓS POR CÁ..."  leia  o texto "QUEIRÓS & NÓS" e a crónica "BAIXA: DEZ MINUTOS DE BÁTEGA"



CMC: QUEIRÓS & NÓS

A última sessão do executivo municipal, realizada na penúltima segunda-feira 13, foi controversa. Entre as várias propostas levadas à mesa uma provocou acesa discussão. Tratava-se de renovar o contrato, por ajuste direto, de serviços de uma sociedade prestadora de assessoria de comunicação, a “Valor de Fundo”, empresa que, “segundo o portal Notícias de Coimbra, os seus proprietários intervieram na campanha inerente à eleição de Manuel Machado”. Por outro lado, no debate prévio, iniciado por Manuel Machado e líder do PS que governa a edilidade, a questão colocada pela oposição foi, por um lado, inventariar os serviços prestados no que fora feito até aí pela “Valor de Fundo”, por outro, rebater a imprescindibilidade de um serviço que já estava a ser feito por um assessor de imprensa, Aníbal Rodrigues (ex-jornalista do Jornal Público), e também que a própria autarquia possui ao seu serviço cerca de uma dezena de funcionários ligados à comunicação. Por tudo isto, que argumentos poderiam justificar a contratação da “Valor de Fundo, por mais um ano, na importância de 40,000 euros?
De alegação em alegação, contra a proposta levada à mesa pelo presidente da Câmara, a oposição fez o seu trabalho e, segundo este semanário, “o negócio esteve tremido, mas uma conversa entre o líder do Município e o vereador da CDU, ocorrida fora da sala de sessões, terá sido determinante para a abstenção de Francisco Queirós. “Tenho dificuldade em dizer que a Câmara Municipal de Coimbra pode continuar a fazer aquilo que não sei o que é”, afirmara o autarca comunista antes de se ausentar da sala de reuniões para conversar com Manuel Machado. Mas isso foi antes. Na hora da votação, o vereador da CDU, com o pelouro da Habitação, foi o único da dita oposição a viabilizar o voto de qualidade do presidente da Câmara.”
Porque é preciso esclarecer a opinião pública, por que os munícipes pedem uma explicação cabal, remeti, por escrito, três perguntas a Francisco Queirós e, na volta do correio, recebi as suas respostas. Ei-las:

Pergunta: o que o levou a abster-se depois de se manifestar apreensivo?

Resposta: o que foi descrito como tendo ocorrido está profundamente ficcionado. Não saí da sala acompanhado pelo presidente. Como é natural procuro sair o menos possível da sala de reuniões. Só o faço por motivos de força maior. Atender um telefonema ou algo semelhante. E, evidentemente, porque mesmo um comunista tem bexiga e próstata… Assim, numa reunião que começou às 15h00 e terminou cerca das 21h30, terei saído da sala duas ou três vezes pelo tempo necessário…
Quanto à questão: nada tenho contra a promoção da imagem da cidade, tanto mais necessária quando é Património da Humanidade e tem para abrir em breve um equipamento como o Convento de São Francisco. Coloquei diversas dúvidas relativamente a questões processuais e de total clareza, sobre quem deve fazer essa promoção e sobretudo como será feita. Deve sê-lo com total transparência e prestação regular do exercício. Algumas das minhas apreensões foram respondidas. O "ajuste" obrigatoriamente terá de ter o relatório de atividades.
Acrescento que a questão dos ajustes diretos é habitualmente mal colocada. Há questões que devem ser motivo de concurso público. A lei a tal obriga e os princípios que defendo também. Contudo, refira-se ainda que as atuais regras e normas legais dos próprios concursos públicos deixam muito a desejar quanto ao que se deve esperar do serviço a prestar aos cidadãos. Nem sempre o preço mais baixo é o melhor. E uma empresa que manifestamente não cumpre pode "ganhar" um concurso. A CDU e o PCP há muito que defendem a alteração da legislação. Há situações em que é preciso existir confiança técnica na empresa a contratar e isso não está garantido pelo atual enquadramento legal. Por exemplo, uma empresa que vença um concurso por apresentar um preço mais baixo é muitas vezes uma empresa que não cumpre as suas obrigações para com os seus trabalhadores. E não há, no atual quadro, como a impedir de concorrer.

P: há ou não uma “santa aliança” entre a CDU e o PS na Câmara Municipal de Coimbra?

R: Quanto à aliança vodka/laranja, perdão, com o PS é ficção. Não houve qualquer acordo com o PSD antes e não há qualquer acordo com o PS. Só com a população da cidade. Essa sim é a aliança sagrada.

P: pela sua abstenção em alguns ajustes diretos polémicos, que tem permitido a sua aprovação, não teme que a CDU saia chamuscada no seu necessário e legítimo papel de oposição no executivo?

R: Não, não temo. Desenvolvo o meu mandato em consciência. Só estou ao serviço do povo que me elegeu e só aos munícipes presto contas. A CDU, Coligação Democrática Unitária, é uma aliança entre dois partidos o PCP e o PEV, Partido Ecologista “Os Verdes”. Mas é muito mais do que isso, é uma aliança com as populações. A CDU é uma filosofia de vida.


BAIXA: DEZ MINUTOS DE BÁTEGA

Cerca do meio-dia de terça-feira da semana passada, bastaram dez minutos de chuva grossa para, mais uma vez e tal como em anos anteriores, a Praça 8 de Maio ficar intransitável com cerca de 25 centímetros de altura de água e a entrar na vetusta igreja de Santa Cruz. Focando a Baixa e já depois ca construção da Barragem da Aguieira, felizmente, e contrariamente a casos anteriores, houve poucos estabelecimentos inundados. A enchente circunscreveu-se ao adro do memorial.
A maior cheia que há lembrança ocorreu em 22 de Setembro de 2008 em que dezenas de lojas ficaram inundadas nas ruas estreitas adjacentes e no antigo largo de Sansão –assim conhecido por ter existido um chafariz com a estátua de Sansão desde 1592 até 1838, quando foi demolido por apresentar avançado estado de ruína. Em 1874 a sua toponímia foi alterada para Praça 8 de Maio, por alturas das comemorações do aniversário da entrada das forças liberais do Duque da Terceira na cidade de Coimbra em 8 de Maio de 1834. No Verão de 1995, sob a égide de Manuel Machado, na altura presidente da Câmara Municipal e atual, e projeto de Fernando Távora, iniciaram-se as obras de rebaixamento da praça com a intenção de nivelar a entrada da igreja de Santa Cruz e libertar o trânsito da zona e modificar as ruas do canal para vias pedonais. A verdade é que esta alteração arquitetónica, cuja intenção a par da pedonalização era transformar o largo em palco natural de festividades, nunca obteve unanimidade entre os conimbricenses e mais particularmente entre os comerciantes. Do ponto de vista económico, nestes vinte anos, tem sido um sorvedouro de dinheiros públicos. Começou logo nas rampas de acesso às artérias laterais que, sendo apresentadas inicialmente com pedra de Ançã, proporcionou grandes trambolhões a muitos transeuntes. Uma senhora de Almalaguês viria a morrer nos HUC, Hospitais da Universidade de Coimbra, por uma queda ocorrida no local –por desistência da família em levar o acidente à barra nunca foi estabelecido o nexo de causalidade. Os custos de projeto continuaram a aumentar, nomeadamente, com os corrimões, que já foram substituídos e reparados várias vezes, o lajeado demasiado escorregadio do chão do rossio e o lago central. No princípio era um tanque arredondado com água parada o que, em consequência, passou a ser um repositório de lixo. Em 2001, Carlos Encarnação ganhou a autarquia e, para colmatar maiores prejuízos para uma ideia infeliz, mandou colocar repuxos e fazer o tamponamento com uma rede em alumínio. Como em 2013 Manuel Machado, em representação do PS, Partido Socialista, viria a recuperar a edilidade e a apear a Coligação por Coimbra, cujo partido maioritário era o PSD, das suas obras recentes, uma foi, há pouco tempo, transformar novamente o arredondado tanque e voltar a enchê-lo. Os resultados, como era de prever, é, volta e meia, os funcionários camarários andarem a pescar “sardunhos” –uma espécie biodegradável tão nossa conhecida. Salvo melhor opinião, é uma praça com pouca dignidade, tendo em conta a sua importância de localização junto do Panteão Nacional.
Ao longo desta vintena de anos e com maior incidência nos últimos sete anos –provavelmente ligado ao assoreamento do Mondego-, as enchentes são mais do que muitas na velha praça e levando a grandes prejuízos para os comerciantes, sobretudo as de Setembro de 2008 e Dezembro de 2013. Como já é tradicional, logo a seguir às enxurradas vêm os responsáveis, da Proteção Civil e outros, largarem pérolas e lágrimas sobre as águas, aumentando ainda mais o caudal, e a prometerem uma solução para este continuado desleixo que incomoda quem cá vive e vem de fora. É óbvio que não somos engenheiros mas para se ser saber se um cozinhado está bom também não se precisa ser cozinheiro. Quero dizer que para se apreciar as funções de uma obra, na sua eficácia, não é necessário ser diplomado. Ora, o que ressalta à vista desarmada é que as grelhas de escoamento nesta praceta são demasiadamente estreitas e, com o rebaixamento do largo e a funcionar como depósito recetor das águas que provém da Alta da cidade juntamente com folhas e lixo diverso, devido à torrente elevada, não podem cumprir a sua tarefa.
Será desta que esta obra tão necessária vai arrancar? Hum!...

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