(Imagem da Web)
O homem está sentado na pedra granítica no
ponto alto da montanha. Em cima, as nuvens brancas em fundo azul parecem querer
tocar o monte. O Sol, em raios dourados, espalha a alegria em tudo o que toca.
Aos pés do homem, num atapetado verde, uma flor maior está acompanhada de
várias mais pequenas. Um pouco mais longe uma coelhada, alheia a duas águias
esvoaçantes no céu, parece estar feliz. Numa pedra enorme ressaltam vários
passarinhos a chilrear. Mais em baixo, um riacho desagua numa cascata e a água,
ao bater no fundo, faz-se anunciar em “choc, “choc”, “choc”.
Ao olhar em redor o sujeito apreende que, na sua
permanente transformação, a Natureza, numa dualidade, reparte-se entre a
imutabilidade e a dinâmica do curso das coisas. Tudo se encaixa numa divisão entre
a espontaneidade perecível e o renascimento secular. A cada sopro existencial
corresponde um fenecer natural e um novo advento. A cada morte crucificada
segue-se a ressurreição, na sua substituição. A cada lugar vazio, deixado por
desaparecimento, a curto ou médio prazo, inevitavelmente corresponde uma nova
actividade. O ser está em cada planta que se abre ao dia, em cada animal que se
reproduz no mundo, em cada recanto da pedra esboroada pela idade que se adapta
à realidade intemporal. O brilho da luz, ao mesmo tempo que é efémero, multiplica-se
numa perenidade até ao infinito.
A Páscoa está entre nós. Feliz celebração
pascal para todos!
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