Na página "OLHARES... POR COIMBRA E PELO PAÍS", na rubrica "NÓS POR CÁ..." leia o texto "E SE ACONTECESSE EM COIMBRA?"
Na rubrica "OLHAR PARA SUL..." pode ler a crónica "ENA TANTOS!?!
E SE ACONTECESSE EM COIMBRA?
Na segunda-feira, 6 de abril, Fernando Medina,
ex-comunista e vice de António Costa, tomou posse como presidente da Câmara
Municipal de Lisboa. Perante a renúncia ao mandato para que fora nomeado, Costa
preferiu abdicar da maior autarquia do país e ocupar-se a tempo inteiro da
campanha eleitoral para primeiro-ministro.
Vamos rodar os ponteiros do relógio em grande
velocidade. Paramos uns meses à frente, neste mesmo ano da graça de Nosso
Senhor Jesus Cristo. Estamos em outubro de 2015. Vamos imaginar.
António Costa ganhou as eleições legislativas.
Sem a tal almejada maioria absoluta, que tanto se fartou de pugnar na campanha
eleitoral, vai ter de fazer alianças e tudo indica que será com o PDR, Partido Democrático Republicano,
liderado por Marinho e Pinto, que na percentagem alcançada nas urnas ficou
muito próximo do PPD/PSD. Prosseguindo o rotativismo histórico entre os dois
maiores partidos do centro, dando a vitória ao PS, os portugueses parecem indicar
que não arriscam muito para além deles. Com esta derrota histórica dos Social-democratas
tudo indica que o até agora primeiro-ministro Passos Coelho está a prazo. Há
quem diga que os sinaleiros do partido já pedem a sua cabeça o que pode
indiciar demissão a qualquer momento. Tal como os resultados para as Europeias mostraram,
mais uma vez, o homem-foco destas eleições foi o ex-bastonário da Ordem dos
Advogados que, sendo surpresa para uns e para outros nem tanto, permitem a
Marinho a escolha de fazer parte ou não do novo governo, mas tudo indica que
sim já que em anteriores declarações o deputado ao Parlamento Europeu várias
vezes afirmou que “se fosse para bem do
povo, até com o diabo fazia alianças”.
Nos resultados das outras forças políticas,
conforme as sondagens indicavam, o PCP/PEV ultrapassou a barreira dos 10 por
cento. O Bloco de Esquerda (BE), mesmo com o excelente trabalho da deputada ao
Parlamento Europeu Marisa Matias, não conseguiu mostrar aos indecisos que, na
linha do Syriza grego, pode ser uma opção para cortar com este Tratado
Orçamental austeritário e que nos há de
conduzir a um de dois caminhos: ou uma terceira guerra mundial ou saída do euro
e recuperação das moedas nacionais pelos países da comunidade. Nos seus menos
de 5 por cento o BE quase desaparece e demonstra que a saída de Francisco Louçã
foi uma má escolha para esta força partidária. A candidatura cidadã Tempo de Avançar, que reúne na mesma
plataforma quatro organizações políticas –partido Livre, Fórum Manifesto,
Renovação Comunista e MIC-PORTO- conquistou o mesmo número de votantes do Bloco.
Significa que a união da esquerda não convence o eleitorado para a resolução
dos nossos problemas nacionais. O CDS/PP, contrariando os anunciados bons
frutos, baixou para cerca de metade dos votos conseguidos em Junho de 2011 –o
que vem indiciar também que o projeto Portas está esgotado e já não vende. Consta-se
que, com esta derrota dos históricos aliados, está aberta a caça às bruxas e
não há submarino que resista ao matraquear das espingardas. A abstenção subiu
para números assustadores e a lembrar que alguma iniciativa terá de ser tomada
para combater este fenómeno de desinteresse social na vida política.
REFLEXOS DA VITÓRIA SOCIALISTA NA CIDADE
Tudo indica que Manuel Machado, o até agora presidente
da Câmara Municipal de Coimbra e ao mesmo tempo líder da ANMP, Associação
Nacional de Municípios Portugueses, apesar de ter apoiado o anterior timoneiro
socialista António José Seguro, vai integrar o governo de António Costa. Segundo
informação fidedigna, só falta mesmo definir a pasta. Sabe-se que o até agora
homem forte dos municípios portugueses gostava de embarcar nos transportes e
poder resolver o “qui pro quo” do
Metro Ligeiro de Superfície. Machado não se contenta em ficar ligado ao
elevador do Mercado, a uma nova linha turística do elétrico, a um futuro ascensor
a ligar o Botânico à Baixa. Isto são trocos. Machado quer ficar na memória coletiva
conimbricense bem assinalado e assinado na reposição de comboios sobre carris,
pelo menos entre Coimbra e Lousã.
Em Coimbra, na Praça 8 de Maio, a mais que
certa saída do presidente da edilidade, trocando a cadeira regional pela
nacional, está a gerar forte apreensão nas hostes socialistas locais. É que por
força da doutrina emergente da lista, a número dois no executivo camarário que
lhe segue é Rosa Reis Marques. Acontece que desde as últimas eleições
autárquicas, em 2013, ninguém deu pelo mandato da vice-presidente e responsável
por vários pelouros, entre eles Recursos Humanos e Contabilidade e Finanças.
Nestes dois anos, se é certo que não teve espinhos, Rosa também não teve brilho
nem o seu perfume saiu do palácio presidencial. Sobretudo os senadores no
partido da rosa, muitos acreditam na sua competência de administração hospitalar
mas, alegando falta de perfil na arte de se relacionar e mediar, perguntam em
surdina se para administrar uma autarquia não se tem de ser menos técnica e
mais política. Perante a pressão a que está a ser sujeita, tudo indica que Rosa
Marques não vai subir ao pódio presidencial. Ora quem segue a Rosa na lista?
QUEM TRAMOU O CIDADE?
O número três na lista é Carlos Cidade,
ex-vereador no executivo cessante e ex-presidente da Comissão Política
Concelhia do PS em Coimbra. Durante muito tempo, antes do sufrágio de 2013,
este ex-sindicalista, ex-comunista e ex-chefe de gabinete de Machado até 2001
foi postulado como o candidato perfeito a liderar a Câmara Municipal mas,
diz-se, os barões da Praça Fausto Correia tiveram receio de, elevando Carlos a
número um, não ganhar a autarquia. Daí terem “rebuscado” o antigo presidente e o trazerem de novo para a ribalta.
Acontece que Carlos Cidade, apoiante
de Costa desde o início, mesmo sendo o terceiro na escadaria, esfalfou-se em
campanha nos subúrbios da urbe e, ao que se consta à boca cheia, o “Manuel da pera” colheu os frutos que o atual
vereador das obras particulares semeou.
Diz-se também que há alguns
parlamentares socialistas em Coimbra -que afinal acreditam que os ex-comunistas
ainda comem meninos- a colocar o pau na roda para evitar a ascensão do vereador
promissor e que este venha a mandar na edilidade coimbrã. Ao que parece, o seu
medo, traduzido na falta de confiança, assenta na grande competência de Carlos,
que não olha a esforços de transpiração para atingir os seus objetivos. Correm
fluídos que, se acaso este número três sobe a primeiro, o aparelho instalado na
autarquia sofre um abanão de grau 8 na escala de Richter. Vão-se muitos dos
ajustes diretos tão referidos na imprensa e muitas cabeças nomeadas pela cor vão
rolar. Aflora-se também que tomando o lugar vai nomear vereador com pelouro a
tempo inteiro Ferreira da Silva, o líder do movimento Cidadãos por Coimbra. A
ser assim, um escândalo para os socialistas ortodoxos.
Diga-se a propósito que por aqui, pela Baixa,
a cotação de popularidade de Carlos Cidade atinge os 90 por cento. Mesmo sem
fazer muito por dar nas vistas, a verdade é que as pessoas reconhecem a
sensibilidade e, como sendo o filho do falecido Inácio do Café Santa Cruz,
sentem que este homem é confiável e um dos seus. Vamos aguardar até de aqui a
uns dias. O programa segue dentro de momentos.
ENA TANTOS!?!
Depois de Henrique Neto, o assumido, Sampaio
da Nóvoa, o disponível, e mais conhecido por Sampaio da “Nódoa” para alguns
socialistas, Santana Lopes, que em princípio pelo princípio e desde que não
haja um qualquer Sampaio a atravessar-se, será, ou talvez não. Há dias foi a
vez de Paulo Morais, o senhor anti luvas –o que uns murros na trombeta fazem,
caraças! Um dia destes, diz-se, será Manuel Carvalho da Silva, a InterSindical
sempre na cúpula do Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, o senhor comentário
dominical e outros que ainda estão a experimentar o balanço. Já esta semana Foi
Paulo Freitas do Amaral, o primo do outro, a declarar a sua reaproximação aos
portugueses mais jovens e os mais velhos que venham também.
Por cá, a pensar no assunto estão o “Carlitos
popó”, o Mendes, “Furamundos” e o “Toino Bombeiro".
Na parte que me toca, perante tantos avocados e
presumíveis excelentes candidatos, enrolando o rabo entre as pernas e muito
frustrado porque o vencimento me fazia muito jeito, anuncio já que estou fora
da corrida e não sou pretendente ao título.
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