Na secção “Correio
dos Leitores” do Diário as Beiras e desta última segunda-feira veio
publicada uma carta assinada por Helena Pinto, de Viseu, que todos os
comerciantes da Baixa deveriam ter lido. Naturalmente, por crer que a maioria
não se teria apercebido, tomei a liberdade de a republicar:
“Porque
não consigo deixar de visitar a Baixa quando tenho que ir a Coimbra, cada vez é
maior a minha desilusão. Sábado à tarde. Nas ruas da Baixa algumas dezenas de
estrangeiros. Lojas abertas? Poucas. Só os chineses. Mas, felizmente ou
infelizmente, ainda não vendem galos de Barcelos que os espanhóis procuravam.
Sei que era véspera de Domingo de Páscoa, época em que as famílias se reúnem.
Também sou contra a exploração dos trabalhadores nos centros comerciais e
grandes superfícies. Mas será que os proprietários das lojas da Baixa não
podiam ter feito um esforço e manterem-nas abertas até ao final do dia?
Acredito que com os estrangeiros que vi nas ruas teria valido o esforço.”
2 comentários:
Concordo com a Sra. Helena Pinto, a questão é que o esforço é diário, a falta de clientes na baixa é notória diariamente. Para estarmos de portas abertas ao sábado a tarde, seria proveitoso se todas as lojas aderissem e não apenas uma ou duas.
RESPOSTA DO EDITOR
Em primeiro lugar, Ana, obrigada por ter comentado. Em segundo, e referentes às suas várias questões, concordo inteiramente. No tocante à última, quando refere que “seria proveitoso se todas as lojas aderissem e não apenas uma ou duas”, nunca poderemos almejar que todos adiram a esta ideia. As alterações ao costume levam muitos anos –a não ser pela via coerciva- e faz-se sobretudo pela imitação, pelo comportamento dos outros. Talvez uma maioria de comerciantes continue a pensar que não vale a pena estar aberto ao Sábado à tarde porque as pessoas não vêm. De certo modo é verdade. Mas é também uma pescadinha de rabo-na-boca. Por um lado, as pessoas não vêm porque julgam as lojas fechadas, por outro, os comerciantes não abrem porque inferem à partida que os clientes não virão. Ora, a meu ver, quem tem de dar o primeiro passo são os lojistas e não os compradores.
Sendo justo, por que também sou comerciante, percebo o desânimo e o baixar os braços de todos. Eu também tenho os mesmos sentimentos. No entanto, pela salvação de todos, entendo que é cada vez mais premente esforçarmo-nos individualmente e sem estar à espera que o vizinho dê o primeiro passo.
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