Na próxima sexta-feira, dia 23 do corrente mês de Setembro, pelas 15h00, vai realizar-se a 3ª edição do Ciclo de Tertúlias “À Conversa com o Centro Histórico” na Casa da Escrita, na Rua João Jacinto.
Sem querer parecer ave de mau agoiro, pressinto um fim breve para um interessante tema, necessário e essencial para o Centro Histórico de Coimbra.
Num momento em que se adivinham alterações no arrendamento urbano e licenciamento zero em obras de edifícios do casco velho, assim como o eterno problema em torno do ruído de bares, entre moradores e operadores hoteleiros, não se pode compreender que esta terceira tertúlia seja realizada às 15h00. O facto de, aparentemente, esta reunião se destinar a especialistas da reabilitação e a estudantes de cursos da área não lhe retira o interesse que deveria constituir para incentivar o público em geral a participar.
Começou por ser apresentada às 18h00 –a primeira foi no edifício da Junta de Freguesia de Almedina, na Rua Fernandes Tomás; a segunda foi às 21h00 na Associação “Arte à Parte”, na mesma rua. Ora, a meu ver, se às 19h00 será demasiado cedo, é inconcebível passar para as 15h00. Por outro lado, esta mudança de agulha contraria completamente o espírito deste comentário que recebemos, aqui, do director para o Centro Histórico, Sidónio Simões, em 22 de Julho.
Sendo justo, é certo que os mais interessados nestas conversas, nas duas edições anteriores, poucos estiveram presentes. Refiro os comerciantes e residentes da Baixa –os moradores da parte cimeira compareceram em grande número. Mas, mesmo assim com esta falta de assiduidade, por outro lado, convenhamos não fazer sentido estas discussões serem sempre realizadas na Alta. Quererá dizer que o Centro histórico é só a colina altaneira? Claro que não. Aliás, já o escrevi anteriormente, no meu entendimento, o centro histórico não deveria estar dividido entre duas facções, Alta e Baixa. Os problemas de uma parte são a dificuldade de outra. É certo que existem algumas diferenças –por exemplo no ruído de bares à noite. Na Alta há graves soluções que emergem e a Baixa, por enquanto, ainda não carece delas. Mas a médio prazo vai precisar. E era aqui que, a meu ver, esta terceira tertúlia deveria ser apresentada. Claro que dentro de um horário minimamente convidativo e que os interessados no futuro destas zonas velhas pudessem comparecer. Jamais à hora em que vai ser discutido.
Sinceramente, é uma pena. Especulando, ao efectuar esta intervenção pública a meio da tarde, dá impressão que se quer colocar uma pedra tumular sobre esta boa intenção. Se o objectivo é esse não percebo o porquê de tanto trabalho. Não faziam mais nada e pronto! Esqueciam o assunto e, naturalmente, estava liquidado.
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"À conversa com o Centro Histórico"
"Vamos discutir o Centro Histórico?"
"Até que enfim..."
"Estou (En)tertúlia(ado)"
"Expulso da sua própria terra"
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1 comentário:
Quantas menos pessoas participarem melhor,na minha optica, aliás na optica da CMC,com a mudança da hora que vai levar a pouca ou nenhuma participação, já têm um motivo para não efectuar mais nenhum "À conversa com o Centro Histórico"
Depois eu é que tenho mau feitio, deve ser dos vapores dos buracos da Madeira.
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