Antes de ontem, com organização da APBC, Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra, realizou-se no Teatro da Cerca de São Bernardo um seminário sobre o lema “Estratégias de Marketing para o Comércio Tradicional. À frente do painel estiveram os formadores Ana Tralhão e Patrik Mendes.
Perante uma plateia de mais de 60 pessoas maioritariamente comerciantes e alguns funcionários, cerca das 20h00, Armindo Gaspar, presidente da APBC, deu as boas vindas aos presentes. “Muito obrigado por terem vindo. Tenho a certeza de que darão por bem utilizado o tempo de mais ou menos duas horas que aqui estaremos nesta formação. Com este projecto, com a visibilidade que a Baixa começa a ter, começa a fazer sentido seguir em frente com outras armas.
Gostaria de lembrar que fazemos o que podemos. A direcção esforça-se por fazer cada vez melhor, mas terá de se ter em conta que trabalhamos por “amor à camisola”, gratuitamente. Gostaria também de dizer que somos, no País, a única agência de promoção que vingou. Exactamente porque, enquanto as direcções de outras ganhavam, nós não recebemos absolutamente nada.
Vamos ficar em boas mãos, com a Dr.ª Ana Tralhão e o Dr. Patrik Mendes” –rematou Armindo Gaspar.
ANA APRESENTA O COLEGA
Certamente para gerar empatia com a plateia, Ana Tralhão começou por apresentar o colega Patrik e vice-versa.
Depois de momentos de descontracção passaram à tática: “Mudança e Inovação”.
Começou-se por saber qual o número de estabelecimentos representados por ruas, largos e praças da Baixa.
E QUEM É QUE FOI AO JOGO?
Das Ruas Ferreira Borges/Visconde da Luz estiveram presentes 9 representantes de outras tantas lojas.
Da Rua da Sofia apenas 1
Rua Eduardo Coelho 12
Rua da Louça 9
Rua Sargento-Mor 6
Rua das padeiras 10
Rua João de Ruão 4
Rua Adelino Veiga 2
Rua do Corvo 3
Largo da Freiria 1
E QUEM NÃO FOI E FOI NOTADA A AUSÊNCIA?
Foram muito notadas as cadeiras vazias da Praça do Comércio e da Praça 8 de Maio. Porquê? Bom, não foi explicada a razão à assistência, mas, avento, talvez por estas praças terem igrejas famosas e muito antigas, sei lá! Também poderia ser, especulo, porque, por exemplo, na Praça do Comércio já se comercializa desde a Idade Média, o que quer dizer que, em princípio, deveria haver aqui um interesse redobrado talvez pela representação da classe mercantil.
E QUEM É QUE PRECISA DE VIAGRA?
Neste seminário havia um representante de uma loja com mais de 50 anos; outro de uma com mais de 40; havia 6 com mais de 30; de lojas com mais de 20 anos havia 8; havia 4 representantes de outros tantos com mais de 10 anos de labuta; com mais de 5 anos havia 7 representantes.
E QUEM MAMA NO BIBERON?
Com menos de 5 anos de existência comercial havia 6 representantes na sala. Havia também dois comerciantes que abriram este ano os seus negócios.
E QUE RAMOS ESTAVAM ALI REPRESENTADOS?
Estavam ali 15 profissionais de vestuário; 10 de sapataria; 4 da restauração; 3 de recordações/lembranças; 2 de decoração; 2 de livraria; 1 de perfumaria; 4 de material eléctrico; 1 do ramo de saúde; 2 de “Groumet”.
E QUAL É O OBJECTIVO DISTO?
Os objectivos são “analisar o comércio tradicional; identificar estratégias inovadoras para o seu negócio”; “caracterizar o atendimento de excelência”.
E QUE FORÇA É ESSA AMIGO?
Que força tem o comércio de Coimbra?
-Localização
-Relação personalizada
-Clientes fidelizados
-Experiência
-Custos de operação reduzidos
-Imagem de Credibilidade
-Conhecimento do Produto
E QUAL É O TEU CALCANHAR DE AQUILES?
Naturalmente que o comércio tradicional terá muitas fraquezas. Quais são?
-Clientela envelhecida
-Horário de funcionamento
-Estacionamento
-Tesouraria
-Segurança
-Acessos
-Comércio ineficaz
-Falta de acção conjunta
-Referenciamento muito esporádico e não sistemático
-Resistências ás novas tecnologias e novos conhecimentos
-negócios obsoletos
QUANTOS SÃO? QUANTOS SÃO?
As ameaças para o comércio são imensas. Vamos conhecer algumas.
-Poder de compra
-Desertificação
-Concorrência das grandes superfícies
-Concorrência de baixo preço e baixa qualidade
-Margens reduzidas
-Comércio electrónico
-Encerramento de lojas
-Degradação da Baixa de Coimbra
UMA OPORTUNIDADE, POR FAVOR
Há muitas oportunidades à mão, basta apenas conseguir vê-las. Eis algumas:
-Permanência de estudantes
-Desenvolver a zona de lazer e de animação
-Associar eventos, como por exemplo, “Dia Mundial do Turismo”
-Intensificar a relação com a APBC –a união faz a força
-Intensificar a relação com o Turismo
-Intensificar a relação com organizações estudantis
-Articular várias campanhas, de modo a concentrar os custos
E QUE TAL, GOSTARAM?
De um modo geral, com os comerciantes com quem falei, gostaram. Acharam que é pouco tempo. Perde-se muito com conversas transversais. Todos referiram que voltarão à segunda sessão. Disseram também que gostaram dos formadores. Oradores de boa dicção e de boa comunicação.
Acharam que era preciso realizar um encontro de comerciantes para dar possibilidade de cada um expressar o que lhe vai na alma.
FRASES SOLTAS
“Eu trabalho 365 dias por ano. Tenho as minhas lojas abertas todos os dias. O futuro constrói-se com trabalho. Só assim conseguiremos ultrapassar a grave crise que nos atormenta” –Isabel Silva, com várias lojas de artesanato na Baixa.
“As rendas são elevadíssimas. É um ultraje a quem quer trabalhar. As câmaras podem e devem utilizar uma ferramenta que têm à mão: o IMI. Para obrigar certos proprietários, que mantêm vários estabelecimentos encerrados durante vários anos a pedirem rendas abusivas, devem as autarquias sobrecarregarem estas lojas com um elevado Imposto Municipal sobre Imóveis” –não consegui a identidade deste orador.
“Há muitos espaços desocupados, mas, genericamente, são de pouca área. A “Apple” andou por aqui, pela Baixa, à procura de um espaço para os seus produtos de electrónica, mas, pelos vistos, não conseguiu” –Armindo Gaspar.
“Vejo com muito gosto a Baixa a ser ocupada com estudantes. Ainda há movimento nas ruas à 1h30 da manhã” –Lurdes, da sapataria “Angels”.
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