CÂMARA EM RECUO A TOQUE DE TAXA

(UMA IMAGEM DA LOJA "COISAS E SABORES", AQUANDO DA INAUGURAÇÃO, HÁ CERCA DE UM ANO ATRÁS)

  Há uma semana atrás tinha falado aqui deste absurdo. Ou seja, a Câmara Municipal de Coimbra (CMC), abusivamente, tinha posto em prática taxas absurdas nas Licenças de Utilização. De cerca de 150 a 200 euros por emissão, abruptamente, passou para 2680, mais imposto de selo.
Numa altura em que são urgentíssimas políticas proactivas de discriminação positiva para recuperar e desenvolver o Centro Histórico, esta medida discricionária deixou todos os comerciantes preocupadíssimos e alertados para tocar a rebate em direcção à Praça 8 de Maio.
Em grande reportagem no Diário de Coimbra de hoje, Carlos Encarnação vem garantir que “as taxas para Licenças de Utilização não têm afinal qualquer alteração". Era esta a reacção que se esperava do edil eleito para gerir os destinos da cidade. Haverá várias interpretações políticas, mas a que subjaz é que houve bom senso. Errar é humano. O mais difícil é admitir os erros. Está de parabéns o presidente da CMC.
Assim como, não podemos esquecer, a coragem do Hélder Gonçalves, um dos sócios da Loja “Coisas e Sabores, que, sem medo, deu a cara contra esta afronta em forma de taxa. É um exemplo para todos os comerciantes da Baixa. Se os restantes lhe seguissem o exemplo, o comércio nesta zona não estaria na apatia em que se encontra. Já aqui escrevi muito sobre este assunto. É o medo da própria sombra que faz com que os operadores de comércio sejam humilhados nos seus próprios locais de trabalho. Porque não reagem, progressivamente, como árvores numa floresta, vão caindo, um a um, sem tomarem em conta que na defesa do todo estará a sua sobrevivência individual. Uma lição para quem a quiser ver.
Não poderia deixar de dar uma palavra ao Diário de Coimbra. Sou suspeito, apesar de ler quase tudo o que se publica na cidade, gosto muito deste jornal. Tenho um carinho especial e muito grande por algumas pessoas que lá trabalham, a começar pelo director Adriano Lucas –que infelizmente já não vejo há muitos meses. Este jornal, mais uma vez, fez um bom trabalho em defesa daqueles que quase não têm voz. Muitos parabéns!