A Revolução INTERIOR!
Para nós Portugueses há um estranho raciocínio de contarmos 70 dias do início do ano novo, e nada de melhor nos aconteceu.
Isto é viver?
Acho que a excitação com a experiência do carnaval, da qual não sou muito afim, faz-me pensar em como estávamos ansiosos para vivenciar grandes emoções no meio da folia, seja na Mealhada ou em Ovar, desconectados do ordinário resto do ano. Muitos de nós mergulhamos num turbilhão de sensações como se não houvesse amanhã e se tivéssemos que morrer pouca importaria pois num momento seríamos realmente "felizes" em esquecer “aquela” vida quotidiana que levamos.,
Medo da Vida ou da Morte?
Agora que tudo acabou, voltamos a nossa conhecida e previsível jornada com a certeza de mais do mesmo neste ano, mas o que estamos realmente a fazer? O mundo contínua com todos os problemas que tinha, talvez pior, talvez nem tanto, mas a miséria, pobreza, crime, corrupção e desvirtuamento de valores continuam. Poluição, capitalismo, guerras e continuamos a viver todos os padrões e mandamentos estabelecidos. Isto é que é viver? Quando vemos acima de toda essa superficialidade, creio que surge o medo de encarar o vazio da existência, o que deve fazer muitos se apegarem ainda mais a pobreza do ter, sem vislumbrar acima das nuvens a riqueza do ser. Para quem sentir, experimentar isto, esta sensação pode achar que tudo está perdido, mas há uma única solução. A única que tem melhorado e modificado o mundo e o ser humano ao longo de nossa pequena história neste planeta: A Revolução!
Consciência em Revolução.
Mas não se trata de pegar nas armas e sair para a rua a lutar. Não é a revolução das armas, da guerra, da competição. Isso é falso, é fingir uma luta contra o sistema, mas apenas fortalecê-lo fazendo exactamente o que o mesmo manda. A revolução como seres humanos começa de dentro, da nossa mente, é a tão falada mudança interior de Ghandi, a mesma mudança que deverá acabar com todos os conflitos em todas as religiões do mundo.
Jorge Neves
Vogal do Bloco de Esquerda
Assembleia Freguesia São Bartolomeu
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