UM PINTOR À PROCURA DAS CORES DA FELICIDADE

(O PEDRO E ALGUMAS DAS OBRAS QUE PODE VISITAR NO SALÃO BRAZIL)

Todo o artista, na sua genialidade, é um ser único. É uma pessoa especial. A sua sensibilidade não conhece fronteiras. Ou por isso ou não, transversal e psicologicamente, na maioria, estes indivíduos transportam uma tristeza colada ao rosto como se fosse uma segunda alma. No caso dos pintores, é como se fossem uma almofada de mata-borrão que absorve toda a melancolia, e só assim será possível transpô-la para a tela. Ou talvez, castigo de Deus, é como se estes plagiadores de sentimentos não tivesse direito a usufruírem de alegria e felicidade.
Ora, em analogia, olhando para o rosto de Pedro Freitas, um pintor reconhecido pela Europa inteira que, vindo de Albufeira, assentou arraiais em Coimbra, podemos adivinhar na sua cara o tal sofrimento de que falava atrás. “A vida nunca me foi fácil”, diz-me em lamento. “Às vezes, neste labirinto existencial, tomei caminhos que não devia. Mas olhe que eu sou um bom pintor. Se for à Internet e clicar “Pedro Duarte da Silva Freitas”, você verá toda a minha obra”, aconselha-me em apelo.
E de facto assim é, na galeria “Micro Arte”, ficamos a saber as origens do Pedro e o seu percurso artístico.
O que lhe posso dizer é que o Duarte Freitas é um “construtivista abstracto” de excelência. Se quiser apreciar a sua obra vá ao Salão Brazil, no Largo do Poço, e leve como certo o que lhe digo. Segundo o proprietário deste bonito espaço de restauração, o Telmo, a retrospectiva está a correr muito bem.
Se quer um conselho, faça como eu, adquira uma obra do Pedro Freitas. É uma boa aposta. O dinheiro é um bem tangível que, por artes e manhas, desaparece nas nossas mãos. Pelo contrário, a obra de arte é intemporal e permanece viva ao longo de gerações.