quinta-feira, 19 de novembro de 2009
CONVERSA DE CAFÉ
Estou sentado a beber o meu café matinal. Ao meu lado um casal, já entrado nos “entas”, comenta as notícias do Diário de Coimbra (DC), que o homem está a ler.
-Já viste isto? Diz ele, referindo-se à notícia da última página do DC, sobre uma jovem morta dentro de um carro. Nunca se viram tantos homicídios por parte dos namorados como agora!
-Pois é! –contemporiza a senhora-, fazem-se leis, e mais leis, para defender a mulher, mas, na prática, o que assistimos é cada vez mais violência. No nosso tempo a impetuosidade doméstica acontecia apenas depois de casados, agora, mesmo com toda essa legislação específica, começa logo no tempo de namoro. Nunca vi uma coisa assim. Parece que anda tudo louco!
-Sabes que o sentimento de impunidade é constante. Ninguém pensa duas vezes para materializar um pensamento. Além disso, quanto vale uma vida humana? Cinco anos de prisão efectiva? Três anos de pena suspensa? Olha, a coitada daquela vendedora que já foi apanhada 41 vezes a conduzir sem carta, sem atropelar ninguém, já cumpriu mais cadeia que um qualquer namorado que assassina a companheira.
-Mas para onde caminha a nossa justiça, João? –Enfatiza a senhora, em pergunta de rectórica.
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