segunda-feira, 16 de novembro de 2009
A FACE OCULTA DA INDECISÃO -HAJA DECORO!
Já aqui escrevi vários textos sobre a Polícia Municipal de Coimbra. Na maioria, contra algumas actuações que considerei arbitrárias. Mas também já escrevi o contrário. Ou seja, a louvar o seu trabalho.
Como ressalva de interesses, antes de continuar, afirmo que nada me move de pessoal contra os visados. Contra o presidente da Câmara Municipal, Carlos Encarnação, não votei nele, mas ganhou o plebiscito eleitoral, e, naturalmente, respeito a sua vitória como sendo minha também.
Não conheço bem o Comandante da Polícia Municipal, António Leão. Estive uma vez a falar com ele no seu gabinete. Confesso que gostei dele. Pareceu-me um beirão paradigmático, daqueles que começam por lavrar a terra, vem para a cidade trabalhar, com muito sacrifício, estudam de noite, licenciam-se, e, com toda a legitimidade, conquistam a pulso um lugar de destaque.
Nessa altura, em que estive mais de uma hora a falar com ele, ou melhor, ele é que esteve a falar comigo e com outra pessoa que me acompanhava, falou-se dos problemas que assolam a polícia municipal de Coimbra. Saí daquele gabinete completamente convicto de que era sua vontade pacificar o corpo daquela polícia da cidade.
Tenho alguns (poucos) agentes que conheço. Numa das conversas que tive com dois acerca desta guerra interna que mina esta problemática, sem entrar em pormenores acerca do facto de ter estado a conversar com ele, eu disse que achava António Leão competente e que era preciso que os agentes colaborassem com ele. Disseram em coro: “pois!, realmente é o que transparece, mas na prática não é assim. Ele diz uma coisa e faz outra!”. Confesso que fiquei baralhado. Para tirar isto a limpo, se fosse muito importante para mim, seria preciso ouvir alguém de fora para retirar uma opinião avalizada e de equidistância.
Ora, perante um conflito, que se arrasta há tempo de mais, que desgasta e manda esta polícia para o caos da (des)autoridade da colectividade social-local, entre António Leão e os 43 agentes que formalizaram uma queixa no Ministério Público, denunciando um clima persecutório, segundo os agentes, alegadamente instigado pelo comandante, o que faz o presidente da Câmara Municipal, por inerência responsável máximo por aquele corpo? Em vez de pedir uma auditoria externa, admite que o relator do processo seja o próprio comandante António Leão, mesmo que a lei o permita, uma parte interessada neste dissenso.
Então faço uma pergunta muito estúpida: sendo ambos, Carlos Encarnação e António Leão, juristas, segundo a sua visão de justiça, será este o meio mais claro e correcto de resolver a questão? Se o presidente da Câmara Municipal de Coimbra quer acabar com esta polícia municipal acabe, mas faça-o com a dignidade necessária que todos os envolvidos merecem.
Isto não é nada. Isto é, ou melhor: é uma vergonha para a cidade.
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